Cuatro

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••TINA SANT'ANAS A O P A U L O • SP📍🧷 24 de maio de 2023

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TINA SANT'ANA
S A O P A U L O • SP📍
🧷 24 de maio de 2023

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Passei horas escrevendo. E só escrevi algumas frases, que me deixaram satisfeitas. Agora eu tinha um parágrafo incompleto, um misto quente — agora frio — comido pela metade e esquecido no braço do sofá, meu namorado ao meu lado assistindo pela décima terceira vez só essa semana, Orgulho e Preconceito, pelo fato de ser meu filme favorito.

Jonathan acariciava minha coxa, já que minha perna estava em cima dele, desde que ele me implorou para assistirmos. Acho que ele até decorou as falas de tantas vezes que assistimos. O nosso segundo encontro foi neste mesmo sofá, onde o obriguei a assistir filmes de época comigo. Ele não reclamou. Depois de uma maratona, um ou dois pedaços de pizza, o próximo som que ouvimos foi o nosso.

Já que nossos gemidos irromperam por toda sala, neste mesmo sofá. Ele tem enormes e boas lembranças deliciosas. Lembro dos nossos sorrisos quando acabou; da forma que ele beijou minha bochecha, como se os que deu na minha boca não tivessem sido o suficiente; lembro como me abraçou e desenhou círculos com o polegar na minha cintura, me impedindo de me erguer do colo dele.

A forma que amou cada parte do meu corpo, até aquelas que eu faço questão de não gostar, até algumas estrias que detesto, até minhas bochechas rechonchudas. Ele amou tudo, quando alguns me amaram em partes. Ele me amou no claro, onde ele podia ver cada detalhe meu. Ninguém tocou na minha pele, como ele me tocou, não se limitando a isso. Calleri tocou minha alma. Eu quis chorar depois do orgasmo, não porque tinha acabado — e tinha sido muitíssimo bom —, mas porque me apaixonei.

Tive medo de ter sido só aquilo, alguém que ele conheceu em um bar e levou pra cama. Aproveitei como se fosse a nossa última vez juntos, e me surpreendi quando ele me mandou mensagens no dia seguinte, pedindo que eu fosse ver um treino aberto dele. Depois, me chamou pra ir ao cinema. Depois, jantar. Depois, namoro. As minhas melhores memória, tem eles nela, não lembro da minha vida ser tão feliz e completa, sem que ele estivesse.

— Essa é a sua parte favorita. — Disse, apontando para que eu olhasse a tela. Essa frase normalmente é minha. — O choquinho. — Tirar meus olhos dele foi uma luta, mas olhei para a televisão. Realmente, o toque de mais do Sr. Darcy e dela, é épico.

— Mesmo ele sendo pobrefobico. — Acrescento, a frase que ele sempre fala. Calleri riu baixinho, se aconchegando mais em mim.

Segurou minha mão, que antes estava fazendo desenhos aleatórios na sua cabeça, beijou e colocou ela próxima ao seu pescoço. Isso que ele faz, altera a química do meu cérebro. Escrevi sobre isso em um livro, sobre o que ele faz quando assistimos filmes, e agora milhões de pessoas sabem o que meu namorado faz quando quer me dar atenção, sem se desviar do filme.

— Acho que não é mais meu filme favorito. — Faço um beicinho, apenas para disfarçar que estava sorrindo.

— Porque? — Ergueu o olhar a mim.

De Última Hora ━━ Jo CalleriOnde histórias criam vida. Descubra agora