★__? . chuva da meia noite | opn fanfiction -
elizabeth webber não era exatamente o maior exemplo de pessoa quando se falava de "sorte". sua vida era basicamente uma mistura de muitos desastres que ela fora aprendendo a contornar e a viver com isso...
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thiago point of view
Como ajudar alguém que não quer ser ajudado?
Assisto Liz fugir de mim, surtar perto de mim. Sua mente está tão sobrecarregada de pensamentos que consigo ver a fumaça saindo da sua cabeça.
Me dói vê-la nesse estado. Depois de tanto tempo sem contato, vejo-a num estado de cansaço evidente. Seus olhos estão fundos, seu cabelo está maior como se não cortasse a algum tempo, e isso é preocupante porque lembro o quanto ela odiava deixar seu cabelo longo.
Quando éramos crianças, eu dei um puxão no cabelo dela. Ela sempre o deixou curto depois disso, então acho que eu a traumatize um pouco.
Além disso, tem o estado em que eu a encontrei. No meio da chuva, com aquele carro velho e com uma criança.
Não entra na minha cabeça porque diabos alguém viajaria naquelas condições.
A não ser por um motivo, desespero.
Então, só consigo imaginar que Liz esteja passando por problemas financeiros.
A sensação que pensar nisso me causa é horrível. Porque enquanto eu estava aqui, vivendo do bom e do melhor, Liz estava sofrendo para cuidar dela mesma e de uma criança.
Esse é outro ponto que faz minha mente pirar. Elizabeth tem um filho. Ela sempre me dizia que odiava a ideia de ser mãe, que isso não combinava com ela, que tinha pavor de engravidar.
E agora, ela tem um bebê de cinco anos nos braços.
Um bebê com traços asiáticos e nome asiático. O que infernos aconteceu?
Coloco o cigarro de volta na boca e fumo para acalmar as ideias. Sinto que minha cabeça vai explodir se eu não descobrir o que aconteceu com a vida dela, mas não quero que esse desespero a assuste mais ainda.
Eu sei como a cabeça de Liz funciona, e sei que deixá-la estressada é uma ideia horrível. Então, dou espaço para ela, e ao invés de seguí-la até o banheiro me direciono ao quartinho de Cesar.
Talvez quartinho seja modéstia da minha parte, porque sei que aquele quarto era o sonho de qualquer criança, e sei que Cesar merece isso mais do que tudo, então não poupei esforços para deixá-lo feliz.
Subo a escada esquerda e caminho até seu quarto, que está com as portas abertas. Vejo várias luzes piscando pela abertura, e me aproximo, para visualizar as duas crianças brincando. Me encosto no batente, e os assisto. Cesar e Joui estão sentados em puffs coloridos, segurando controles de PS4. Eles estão jogando juntos, e não contenho a cara de surpresa quando vejo Cesinha conversando e rindo.
