Dream Boy

Pequena Cloe

16/05/2025
Jully:
Já se passaram mais de um ano desde que tudo voltou ao 'normal'. Todos retornaram do blip, famílias estão finalmente felizes e reunidas. Mas infelizmente, muitos perderam pessoas importantes durante esses cinco anos, e eu sou uma delas.
A polícia ainda não tem nenhuma notícia da minha irmã, e mesmo que tivessem, não poderiam me contar.
Minha irmã sempre foi muito descuidada, não sei como ela está conseguindo ir tão longe. O único jeito que eu pensei para encontrá-la, é localizando as pessoas com quem ela teve contato durante esse período. Eu sei que é arriscado, mas infelizmente é necessário.

...

Eu estou saindo para o trabalho e verifico meu celular. Não consigo acreditar no que eu estou vendo. Há uma mensagem de um tal de Kurt, um possível contato da minha irmã. Eu tinha mandado mensagem para ele a três meses atrás, e ele finalmente respondeu e concordou em me encontrar hoje, no local em que ele marcasse. Mando mensagem aceitando sem pensar duas vezes. Eu sei que pode ser perigoso, mas é como dizem: 'quem não arrisca, não petisca'.
Provavelmente ele terá várias informações sobre minha vida, e não estará sozinho, ao contrário de mim.

...

Saio do trabalho e logo chamo um táxi para encontrá-lo.
Quando chego, avisto dois caras armados na frente das grades que protegem a casa. Me aproximo, digo meu nome e eles me revistam antes de me deixarem entrar. Entro na casa e avisto Kurt sentado em uma mesa de madeira no meio da sala, iluminada por uma lâmpada.
Kurt é um cara magro, que tem um cabelo curto castanho, ele tem olhos escuros e é um pouco alto.

- Olha só, minha cunhadinha chegou.
Kurt me diz e eu me sento na cadeira que está em sua frente.

- Cunhadinha?

- Está surpresa por eu saber que você é irmã da Cloe?

- Não, era meio óbvio que você topou falar comigo por causa dela. O que me surpreende, é ela ter namorado você.

- Ela não costuma namorar homens como eu?

- O que você quer dizer com "homens como eu"?

- Charmoso, elegante, sarcástico, gato... O homem ideal.
Kurt me responde e eu levanto às sobrancelhas indignada.

- Huhum, Claro. Mas pra minha irmã, beleza é relativa. Ela prefere se apaixonar pela personalidade... e de uma mulher, não de um homem.

- Ela não conseguiu resistir ao meu charme. Mas mudando de assunto, ela me falou muito de você.

- Ela falou de mim pra você?
Eu pergunto surpresa.

- Mais do que eu gostaria. Aonde a gente ia, ela se lembrava de você.
O mesmo me responde e eu fico feliz em saber que em todo esse tempo, minha irmã nunca se esqueceu de mim.

- É uma honra te conhecer pessoalmente. A Cloe nunca me mostrou uma foto sua, mas sempre comentava sobre seu jeito e suas manias. Como dormir com os pés para fora do cobertor.
Kurt diz e eu sorrio.

- Ela sempre me zoava por isso.
Eu digo tentando conter algumas lágrimas.

- Você não aceitou me encontrar só por isso, né?
Eu pergunto para o mesmo e ele se inclina mais para frente, ficando mais perto de mim.

- Eu aceitei em te encontrar para dar o que você quer, mas em troca, você também irá me dar tudo o que você tem.

- Tá, mas... Por que? Tipo, eu agradeço por você querer me ajudar mas não posso ignorar o fato disso tudo ser muito estranho.

- Sua irmã tem uma dívida comigo. E não me importo de ter mais uma pessoa atrás dela.
Kurt diz e me entrega uma pasta.

- Nesta pasta, há todos os países que sua irmã passou até agora, também tem os hotéis em que ela ficou.

- Aqui também tem o país atual que ela está?

- Logicamente não, se não eu já teria encontrado ela. Bom, agora é sua vez de cumprir o combinado.

- Meu celular está com os seus guardas.
Eu digo para Kurt e o mesmo chama um dos seus guardas para me entregar o celular.

Depois que o guarda me entrega o celular, o mesmo fica me observando passar todas as informações para Kurt.

- Pronto, mandei tudo o que eu sei.

- Eu espero que você não esteja mentindo.
Kurt me diz com uma cara séria.

- Eu não estou.
Eu digo para o mesmo e me levanto da cadeira.

- Eu gostaria de manter contato.

- Eu não.
Eu digo e me viro para ir embora.

- Tchau, pequena Cloe.

...

Chego em casa e pego meu notebook e todas as informações que eu tenho sobre minha irmã. Tento relacionar as informações que eu já tinha com as que Kurt me deu, mas não encontro nada. Também não encontro nenhuma menção a ela na internet, só as notícias dos roubos e da prisão. Não é possível que seja tão difícil encontrar uma mulher de vinte anos fugindo da polícia.

...

Acordo assustada e percebo que dormi no sofá. Retiro os papéis de cima de mim e verificou a hora no meu celular. Percebo que eu estou atrasada para o trabalho e levanto rapidamente para escovar meus dentes e me arrumar. Depois de ter me arrumado, pego uma barra de cereal e saio correndo para o supermercado aonde eu trabalho, já que é perto de onde eu moro.
Estou chegando mas sinto que alguém está me seguindo, mas não vejo ninguém, até que eu vejo uma pessoa sendo arremessada na minha frente.

- QUE PORRA È ESSA?!!