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— EU VOU EMBORA DESSA PORCARIA DE CASA, NÃO AGUENTO MAIS ESSA DROGA DE VIDA! – gritei indo em direção ao meu quarto e logo pegando uma mochila vermelha, onde coloquei o máximo de roupas que conseguia.

— MORGANA BAKER, VOLTA AQUI, VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM! – meu pai gritou de volta, vindo atrás de mim.

— Ah, sério mesmo, papai? – falei com deboche – e quem vai me obrigar a ficar? – disse colocando a mochila nas costas, com toda coragem junto à mim, pois meu pai é praticamente o meu dobro, poderia me impedir em uma facilidade que só.

Mas ele apenas ficou me encarando não acreditando que sua "menininha" havia se tornado tão inconsequente.

— A questão é – continuo a falar – eu não fico nem mais um segundo de baixo do mesmo teto que essa vadia que você trouxe para casa e que ainda chama de mulher!

— Nana, minha querida... – meu pai tenta me acalmar – você está sendo injusta com Rachel, ela é como uma mãe para você – no mesmo instante o meu estômago começou a repulsar e o vômito subindo pela minha garganta, senti o meu sangue esquentar como se eu fosse explodir a qualquer momento, mas do que já havia.

— NUNCA MAIS! – gritei. Logo respirei fundo tentando voltar a um tom aceitável de voz – nunca mais compare essa biscate com a minha mãe, aliás, que Deus a tenha – falei.

A minha mãe morreu quando eu tinha apenas dez anos, e quando eu completei quatorze, meu pai conheceu a Rachel, o que fez a minha vida virar um inferno.

— Minha mãe era uma mulher digna, não precisava se aproveitar de ninguém para se dar bem na vida. Eu cansei pai, cansei de ver você sendo feito de idiota, e também cansei dessa vadi... – seguro a minha língua antes que ele se estresse ainda mais – mulherzinha, tentando roubar o lugar da minha mãe e me tratando como nada. Ela realmente conseguiu oque queria, eu vou embora! – Rachel observava tudo, as vezes dava para ver um sorriso vitorioso saindo de seus lábios,  mas rapidamente voltava a se fazer de vítima. Eu odeio ver o meu pai sendo feito de idiota, ela só quer o seu dinheiro. Nessa casa eu não fico mais, estou cansada disso tudo.

🥀🔞

00:30. Eu realmente não sabia para onde ir a essa hora, mas resolvi arriscar, mesmo com o meu pai tentando me impedir.

Porém, ao mesmo tempo que ele era mais forte do que eu, eu era muito mais rápida. Na minha mochila que, agora pesava em minhas costas enquanto eu andava pelas ruas mal luminosas do meu bairro, haviam algumas peças de roupas, coisas para higiene e um pouco de dinheiro da minha mesada.

Estava me arrependendo, com medo e frio, apenas eu e minhas inseguranças. Para onde eu iria? Droga.

Fiquei pensando em possíveis lugares na qual eu pudesse passar a noite, até que me veio a cabeça um apartamento que meu pai possuía, mas ficava um pouco longe, planejava pegar um táxi e pagar com o dinheiro que havia em minha mochila.

Enquanto eu pensava comigo, passei por um grupo de garotos, se eles não tivessem feito gracinhas eu nem teria os percebido.

— Ei garota, isso é hora de uma princesinha estar na rua? – continuei andando o mais rápido possível, mas pude ver que eles estavam me seguindo – qual é gatinha? Vai mais devagar, rápido assim, só na cama! – os garotos riram e até onde deu para ver haviam quatro, não consegui ver muito, o medo me impedia de olhar para trás, em minha cabeça eu só conseguia pensar: "continue andando".

— Olha Georg, eu acho que ela está com pressa, hein!? – um garoto com a voz maravilhosamente rouca falou e logo começou a rir.

— Eu delícia, nao corre não – disse um dos garotos que eu não faço ideia de quem seja.

Possessive - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora