vai ficar tudo bem

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Era dia de treino para as meninas do Dentil Praia Clube. Anne e sua esposa Carol estavam prontas pra ir até o ginásio, mas algo estava tirando a paz da Holandesa, um sentimento estranho lhe pesava no peito.

C: você pode ir na frente, eu vou ter que passar naquele restaurante vegano e... - olha pra esposa - Anne? Tá tudo bem?

An: tá sim, é que eu tô sentindo uma angústia estranha...

C: não deve ser nada, vai passar - coloca a mochila nas costas - te encontro lá

An: tem certeza que não quer ir comigo? Podemos passar no restaurante depois

C: fica tranquila, amor - sorri - eu sei me cuidar sozinha

An: tudo bem...

Anne pegou sua mochila e ambas foram pro carro. A ponteira deixou a esposa no restaurante e foi pro ginásio. Uma hora depois, o treino já havia começado e nada de Carolana aparecer, o que a deixou preocupada pois ela já deveria ter chegado.

- o que foi Buijs? Você não tá muito concentrada no treino

An: eu deixei a Carol no restaurante vegano que ela gosta faz um tempão e ela ainda não chegou...

- calma, você sabe como a Carolana é, logo logo ela chega

An: é, você tem razão...

As horas se passaram e o treino acabou. Estava no final da tarde, as luzes da cidade começavam a se acender e uma preocupada e aflita Anne Buijs dirigia apressada pra casa. Ao entrar no apartamento, chamou pela esposa e nada dela aparecer. Sentiu um aperto no peito e resolveu ir até a delegacia.

An: senhor policial, você pode me ajudar? A minha esposa está desaparecida - fala com seu forte sotaque -

- poderia nos informar quando a viu pela última vez? Nós podemos ir até lá e fazer uma varredura e caso não encontremos nada só poderemos iniciar as buscas com 24 horas de desaparecimento

An: a última vez que eu a vi foi quando deixei ela no restaurante vegano no centro da cidade

⎯ certo, vamos até lá fazer uma busca. Nos encontre lá.

alguns minutos depois, os policiais estavam fazendo a varredura no matagal atrás do restaurante quando encontraram uma coisa suspeita.

⎯ senhorita Buijs, reconhece isso?

O policial segurava em suas mãos uma blusa de vôlei com algumas manchas de terra e sangue. Anne pegou o tecido e ao olhar atrás, viu o nome de sua amada com o número 15 logo abaixo. deixou algumas lágrimas caírem, mas logo as secou com a manga do moletom que estava usando.

An: é dela. ⎯ tenta se manter firme ⎯ é o uniforme dela...

P2: chefe, acho que encontrei a peça que faltava... ⎯ um policial diz segurando um short escuro ⎯

⎯ nada dela?

P2: nada

⎯ certo. Senhorita Buijs, amanhã daremos início a uma busca mais minuciosa, vá pra casa...

Anne pegou o uniforme sujo e voltou pra casa. A noite sem Carolana foi difícil e angustiante, a ponteira só queria sua esposa em seus braços novamente. O Medo do pior não a deixou dormir, ela passou a noite acordada esperando notícias. Já de manhã, o policial que chefiava a operação de busca ligou para a holandesa e disse que a busca já havia iniciado, no mesmo matagal onde fora encontradas as peças de roupa. Era quase meio dia quando um policial saiu da mata fechada segurando um corpo nu quase sem vida.

⎯ chefe, encontrei!

⎯ qual o estado dela?

⎯ os batimentos estão fracos, ela apanhou bastante.

⎯ chamem uma ambulância, eu vou ligar para a senhorita Buijs

a ambulância chegou minutos depois e levou Carolana para o hospital. Uma hora depois, a ponteira holandesa adentrou o local pedindo informações sobre a esposa e o médico responsável pelo caso foi ao seu encontro.

An: como ela está?

Med: ela chegou aqui com hematomas e roxos em todo o corpo, arranhões nos membros superiores e marcas vermelhas no pescoço, que indicam enforcamento. Haviam também marcas nos punhos, que indicam que ela tentou se defender. Há também indícios de que ela foi estuprada...

An: e-eu posso vê-la?

Med: claro, ela já está medicada e consciente

o médico levou Anne até o quarto e deixou elas a sós. A loira puxou um banquinho e se sentou próximo a morena, que tinha o olhar perdido e vazio.

An: meu amor...

C: você já sabe o que aconteceu comigo, não é?

An: eu não sei o que dizer, mas vamos passar por isso juntas... ⎯ a olha fixamente ⎯

C: porra, por que você tinha que ter esses olhos verdes tão apaixonantes? Por que eu tinha que me apaixonar por você?

An: meu amor...

C: a minha vida foi destruída e a culpa é sua, Anne Buijs! Se eu não tivesse me apaixonado por você, se eu não tivesse casado com você...

An: eu não vou levar nada do que você disse a sério por que eu sei que a sua cabeça tá a mil ⎯ fala com seu sotaque forte e beija sua testa⎯ nós não temos culpa nenhuma do preconceito das pessoas...

C: me desculpa...

An: tá tudo bem, enquanto estivermos juntas, tudo vai ficar bem...

FIM

bom pessoinhas, essa foi uma brisa minha durante a madrugada que eu decidi compartilhar com vocês. Mesmo que não conheçam elas, espero que gostem da história. Até Mais! Querem que traga mais buijrol por aqui?

because i like a girl • Buijrol and OthersOnde histórias criam vida. Descubra agora