𝗦𝗼𝗯𝗿𝗲𝘃𝗶𝘃𝗲𝗻𝘁𝗲𝘀 | 𝖫𝗂𝗏𝗋𝗈 𝟢𝟣.
Bellatrixie Koslov era uma assassina renomada do conglomerado de contratantes do hotel continental, além de ter uma rixa com um dos seus primos mais distantes por sangue. Bella foi adotada por uma famíli...
" EVERYTIME I CRY A GET LITTLE BIT STRONGER, STRONGER, I NO ANOTHER. ANGEL USED TO BE DEVIL ON MY SHOULDER, SHOULDER, OH NOT ANYMORE. "
_ Everytime I Cry _ Ava Max
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20 de maio de 2017.
BELLATRIXIE KOSLOV
Me peguei imaginando sobre como seria ter Johnatan Wick descobrindo a verdade sobre quem realmente matou sua mulher. Um sonho de consumo se tornando a mais pura e dura realidade ou...?
Por mais que eu adore esse tipo de entreterimento, pensar demais nisso me afeta de forma interna e eu não gosto quando isso acontece, porque sei que estou vulnerável e sujeita a fraquezas.
Meu primo, Santino D'Antonio, uma figura milenar maligna e maquiavélica pôde ter o privilégio do que, hoje em dia, eu reconheço como o homem que se tornou o pior pesadelo de qualquer um, ser amigo deste.
Porém, isso claramente foi uma jogada de mestre. Nada além de puro fingimento e falsidade teatral com maestria.
Eu também sabia fingir, mas quando eu me aprofundava em algo, caia de cabeça fielmente nisso. Todavia, a primeira vez que fiz isso, me arrependi amargamente.
Lembro-me nitidamente de como a pessoa que jurei proteger e amar foi morta pelas mãos das pessoas erradas e hipócritas à quem eu devia obediência.
Uma sensação de frustração inigualável tomou conta de meu peito, mas balancei a cabeça em negação. Não posso me dar ao luxo de sentir coisas como essas. Sou cordial demais para tal.
Eu já cheguei a ter humanidade, mas hoje, os únicos sentimentos que sobraram desta parte de mim estão enterrados ao lado da minha ética profissional e moralismo inabalável.
Com o passar dos anos, você se acostuma a ser assim. Contudo, você não se orgulha disso. É completamente ao contrário. Tudo parece te atingir conforme o peso de uma bigorna.
Essa sensação te invade e, se você é uma pessoa como eu, não sabe e nem consegue entender e lidar com essas emoções repentinas e inesperadas.
Porque... Você realmente sente que gostaria de poder se importar mais, porém, tudo ao seu redor lhe impedi de dizer isso em voz alta. Às vezes eu me sinto sufocada, como se estivesse prestes a engasgar.
Suspiro pesadamente enquanto sinto o outro lado da cama afundar. Logo em seguida a minha gata persa branca, Apple, sobe e se deita em meu colo.
Adotei ela depois de salvá-la de um possível atropelamento. Matei o inútil que quase acabou com a vida dela. Não tive motivos óbvios, eu apenas quis fazer aquilo.
Ter uma breve noção de como era se sentir uma salvadora ao invés de uma causa perdida. Pelo menos uma vez... Agora, posso transferir todas essas frustrações para o inferno enquanto acaricio a barriga e os pelos de Apple.
Meu celular ao lado da cama começou a tocar. Puxei o ar para dentro antes de respirar profundamente e atender a ligação de minha mãe, Romena DeLatorre.
── Olá. ── saudei.
── É assim que me recebe por telefone depois de passar meses afastada do seu cargo? ── vociferou com a voz em alerta. ── Enfim, ── suspirou. ── Precisa voltar para cá. Nós temos que conversar.
Revirei os olhos e me dei por vencida. Eles não iriam parar de me ligar e nem de me procurar enquanto eu ainda não retornasse para os assuntos da máfia russa.
── Quando será a reunião? ── depois de perguntar isso, eu tenho certeza que ela deveria estar sorrindo agora.
── Amanhã de manhã. Não se atrase, querida. Seu pai vai adorar saber que a nossa grande Missionária voltou à tona. ── comemorou com uma gargalhada aguda.
Rolei os olhos novamente e coloquei o celular em cima da cômoda pequena ao lado da minha cama após desligar na cara de Romena.
Nunca foi uma mãe, somente uma sócia dos negócios de Romeu Koslov, meu pai adotivo e ex oficial das Forças Armadas.
Uma figura da extrema direita de patente única e renomada. Ele foi um herói para muitas pessoas e salvou várias vidas no passado em que a Guerra das Trincheiras acontencia, mas isso foi durante um período diferenciado para todos nós.
Eu o admiro por sua bravura, lealdade e o fato de que ele mantém a sua palavra quando pretende fazer uma promessa a alguém. O ruim disso? Não dá para confiar em tudo o que ele diz.
Eu o conhecia muito bem, e as vezes, não sei dizer se é azar ou se foi sorte, mas no final de tudo, ele garantiu o meu lar, a minha estabilidade e segurança e proteção durante toda a minha juventade até aqui.
Não posso culpá-lo e nem julgá-lo por suas ideias e idealismos atuais. Alguma coisa deve ter acontecido com ele há séculos atras, mas eu nunca saberei explicar para mim mesma o que foi.
── Hora de dormir. ── afirmei para mim mesma enquanto encarava a felina em meu colo.
Me deitei na cama sem fome e com muito cansaço. Eu só quero estabelecer a minha mente para tudo o que me aguardar, já que, a partir de amanhã, meu inferno recomeça.
