Aemond se espreguiçou na cama, espalmando a mão no lugar onde Alec deveria estar.
Ele abriu seu único olho funcional, focando sua atenção no quarto espaçoso.
O moreno citado estava na mesa mais a frente, escrevendo algo que, honestamente, o platinado não saberia dizer.
— O que está fazendo? — perguntou, sua voz rouca por ter acordado a pouco tempo.
— Planos — respondeu, não desviando os olhos do pergaminho. — Arkin deve estar planejando atacar, preciso ser mais esperto.
— Mas você é — retrucou.
— Aparentemente, não tanto quanto ele. Dois dos meus filhos estão mortos, e dois dos meus irmãos também — rebateu. — Sei que talvez não vencerei essa guerra, mas se eu puder apaziguar a situação me livrando de Arkin, eu o farei.
— Você tem que parar de achar que sua vida não vale nada — comentou Aemond, cruzando os braços atrás da cabeça e olhando para o teto.
Alec dobrou o pedaço de pergaminho, se erguendo.
— Príncipe Alecsander — Erryk entrou no cômodo, ficando sem graça quando notou Aemond sem blusa e apenas um cobertor cobrindo sua área inferior.
— Precisa de algo? — perguntou o cacheado, sua voz calma.
— Tenho notícias sobre Arkin, meu príncipe — se ajoelhou.
— Levanta-se — mandou, caminhando até a porta. — Te encontro depois? — voltou-se para o platinado.
— Sim — sua resposta foi simples e curta, completamente o oposto de seus pensamentos.
Alecsander assentiu levemente, seguindo para fora, Sor. Erryk ao seu lado.
— O que tem para mim? — perguntou, apertando o pergaminho em sua mão.
— Os sussurros são de que Arkin está vindo com mais de uma frota inteira de navios — comentou.
— Estão querendo uma chacina — completou. — Arkin veio aqui para terminar o serviço, ele matou Jace e Luke. Com sorte, o próximo será Joffrey e eu.
— Mas isso não seria burrice? — perguntou.
— Se você não tiver mais nada a perder, não — respondeu. — Ele sabe que não saíremos de Dragonstone sem uma estratégia, então quer nos forçar a sair. Arkin não pode ser rei se não matar seu sucessor, o que é bem irônico, ele mesmo não acredita que Aegon é seu rei.
Alecsander parou, virando-se para o cavaleiro.
— Preciso que faça algo para mim — ergueu a mão, entregando o pergaminho enrolado.
Sor. Erryk assentiu, escutando cada detalhe.
[...]
Rhaenyra saiu de sua sala de reuniões, indo até a abertura mais próxima. Suas mãos pousaram no batente de pedra, olhando para baixo.
Tudo era melhor quando sua mãe ainda estava viva.
— Eu também venho aqui — ouviu-se a voz de seu filho. — ... de vez em quando.
Alec se aproximou, se desbruçando sobre o parapeito.
— Bastardo nenhum deve subir ao trono, não é? — perguntou. — Essa é a profecia.
A rainha o olhou, piscando algumas vezes.
— Eu juntei os pontos depois da morte de Jace e Luke — respondeu. — Joffrey é o próximo — continuou. — Mas tem uma única coisa que eu não consigo entender — a olhou de volta. — Por que não me contou?
— Profecias são arriscadas — começou. — Eu fugi do castelo quando tinha nove anos, era uma festival... — sua voz quase quebrou. — Fiquei de me encontrar com Alicent na clareira, mas antes de chegar até lá, eu notei uma senhora em uma bancada — forçou um sorriso. — A feiticeira disse que não poderia ver o meu futuro, mas poderia me dizer apenas uma frase para que eu pudesse me preparar.
— E o que seria?
— "Você não pode comprar uma maçã achando que é um morango." — recitou.
— Em outras palavras, você não pode ter um bastardo e achar que ele poderia ser rei — entendeu Alec.
— Eu não acreditei, até que ela disse que tudo deve ser cortado pela a raiz — terminou. — Meus filhos estão morrendo um por vez, e eu não pude e não posso fazer nada.
— Talvez você possa — rebateu suavemente. — Eles estão vindo, mãe. Precisa ir.
— Eu não vou recuar — retrucou.
— Não estou pedindo para recuar, estou pedindo que volte para casa — respondeu, e Rhaenyra arregalou minimamente os olhos. — O trono de ferro está em King's Landing... — segurou a mão dela. — Deixe que venham para Dragonstone, não existe mais nada aqui.
— Isso resultará em um reino de sangue e ossos — rebateu.
— A guerra está começando, eles estão vindo e eu já mandei que Sor. Erryk fizesse os preparativos para sua chegada — continuou. — Eu lidarei com Arkin, então peço que a senhora termine com Alicent e o restante dos verdes em King's Landing.
Ela entendeu.
— É um bom plano — murmurou, puxando seu garoto para um abraço. — Mas não posso nem pensar em perder mais um filho.
— Então, não pense — respondeu, a abraçando de volta. — Eu voltarei, seja nessa vida ou em outra — brincou.
Rhaenyra se distanciou, apenas o suficiente para segurar o rosto de seu garoto em suas mãos e beijar sua testa.
Ela assentiu, limpando as lágrimas que teimosamente caíam de seus olhos. A rainha se virou, dando-lhe as costas e seguindo para sua parte do plano.
Não olhando uma única vez para trás.
Era melhor assim.
Nenhum dos dois tinha alguma ideia se iriam ou não vencer essa maldita guerra, mas o que eles sabiam era que arrastariam o máximo de verdes possíveis para o inferno.
[...]
Alecsander voltou para o quarto, não encontrando com Aemond. Ele caminhou mais um pouco, sabendo em qual lugar seria o ideal para encontrá-lo.
O platinado afiava a lâmina de sua espada, alheio à tudo.
— Vai acabar cortando a mão se continuar perdido — zombou o moreno.
O príncipe caolho suspirou, deixando o ar sair de seu nariz em exaustão.
— Precisamos conversar.
— Sor. Erryk me avisou sobre o plano, muito bom, eu diria — Aemond respondeu.
— Você vai ter que decidir — começou o Targaryen de cabelo cacheado. — Você é meu inimigo ou meu aliado?
Alecsander ainda mantinha seu olhar nele, procurando qualquer bandeira vermelha.
Nenhum lampejo de dor, medo ou traição.
Sua cabeça baixa logo se ergueu, seu único olho funcional focando em Alec.
Ele se levantou, ficando frente a frente ao moreno.
— Eu sirvo a você.
Sua voz saiu calma, sem hesitação ou sinal de mentira.
— Alicent é sua mãe, Aegon é seu irmão. Isso pode ser considerado como traição, você sabe disso, não sabe? — seus olhos escuros estavam em Aemond.
— Eu sirvo a você! — sua voz saiu mais alta.
Ele se abaixou, se ajoelhando perante ao seu príncipe, perante ao seu futuro Rei.
Alec sorriu, assentindo.
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𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄 ✦ ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴ
Fanfiction"- Você vai ter que decidir - começou o Targaryen de cabelo cacheado. - Você é meu inimigo ou meu aliado?" Nenhum lampejo de dor, medo ou traição. Sua cabeça baixa logo se ergueu, seu único olho funcional focando em Alec "- Eu sirvo a você." Sua vo...