A Semana do Amor - Parte I

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Era para ser somente um dia, mas no Colégio da Folha a tal festividade durava a semana toda. Os corredores eram enfeitados com balõezinhos nas cores rosa e vermelho em alusão a paixão, diversos corações de tamanhos diferentes ficavam pendurados pelo teto e músicas românticas soavam pelos alto-falantes da escola a todo momento.

Os alunos costumavam presentear uns aos outros com doces, bichinhos de pelúcia, bolos caseiros e cartões cheios de declarações de amor.

Os professores aproveitavam a "Semana do Amor" como era conhecida a semana que continha o especial "Dia dos Namorados", para passar trabalhos e ministrar aulas inspirados em temas romancistas.

Era ainda a terça-feira e Boruto já não aguentava mais. Odiava essa época, se pudesse, contrairia gripe e ficava a semana toda em casa, na cama jogando videogame. Porém Hinata jamais permitiria que o garoto fizesse tal coisa, apesar de ser muito amorosa e um doce de mulher, virava uma fera quando se tratava de qualquer coisa relacionada aos estudos da crianças.

Com dezessete anos, cursando o terceiro ano do ensino médio, filho do diretor da escola considerada de elite da cidade, Boruto só queria jogar futebol americano e curtir com os amigos o último ano que estariam todos juntos. Dono de uma beleza invejável, fazia parte do famoso grupinho dos "Seis Reis", como eram chamados os seis garotos mais bonitos e populares do colégio.

Corpo atlético por conta do futebol, cabelos loiros rebeldemente penteados com os dedos, pele bronzeada de sol, constrastando com os olhos mais azuis que o céu, Boruto era o típico garoto capa de revista feminina, que para completar combo de sua beleza, ainda possuía aquele sorrisinho irritantemente cafajeste capaz de seduzir até a mais difícil das garotas. Pelo menos era o que ele pensava.

Debruçado na carteira, com a cabeça apoiada nos braços cruzados sobre a mesa, ele a observava discretamente, ler um livro, alheia a toda aquela bagunça que ocorria dentro da sala de aula, por causa da chegada das meninas do primeiro ano, que entregavam o *"correio elegante".

(*uma espécie de bilhetinho de amor, anônimo ou não, que uma pessoa escreve para outra)

Difícil desviar o olhar, a morena de longos cabelos negros o intrigava demais. A pele dela era tão branquinha que ele instintivamente tinha vontade de tocar, a boca pequena e fofa parecia ter sido pintada com tinta na cor vermelho escuro só para provoca-lo, mas o que verdadeiramente lhe chamava atenção eram aqueles olhos tão escuros e intensos como duas jabuticabas envoltos em volumosos cílios a deixando com um rosto delicado de boneca.

Ela era absurdamente toda linda, magra, de cintura fininha, dançarina de balé contemporâneo, a garota tinha o corpo ideal na concepção dele, bumbum redondinho, braços e pernas fortes e definidos por conta da dança e seios medianos, o conjunto perfeito.

Era simplesmente inexplicável, Boruto não conseguia se concentrar em outra coisa quando ela estava no mesmo ambiente que ele. Talvez fosse o fato dela ser nova na escola e diferente das outras garotas, nunca ter lhe dado bola, ignorando totalmente a sua presença ou talvez fosse porquê ao contrário dos demais a morena preferia companhia dos livros do que a dele ou de qualquer outra pessoa. Fato é que Uchiha Sarada lhe chamava atenção por demais e o loiro não cansava de observa-la.

— Eai cara? Quantos você já recebeu até agora, Uzumaki? Eu tô com sete na mão! Quem sabe não ganho mais, agora que as meninas chegaram!

Comentou animado Inodjin, um dos integrantes dos " Seis Reis" loiro de beleza exótica e olhos azulados quase brancos, magro e conhecido por ser o mais estiloso do grupo, mostrando orgulhoso os bilhetes de correio elegante que já havia recebido anteriormente.

— Só sete?? Ahhh que mané Yamanaka! Pois eu já tenho mais de vinte! Saca só?!

Falou Kawaki arremessando uma bola de futebol americano na direção dos amigos quase acertando a cabeça de seu irmão mais novo, ainda distraído com a garota que devorava livros.

Coletânea Predestinados - #BorusaraOnde histórias criam vida. Descubra agora