A Semana do Amor - Parte IV

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Estirado na cama, no escuro, com a janela do quarto fechada, computador e videogame desligados, jogando uma bolinha de tênis contra a parede, ele não se conformava como aquilo poderia incomoda-lo tanto.

Não houve briga, gritos ou lágrimas. Havia sido apenas uma única frase pronunciada por aquela boca que ele tanto desejou calar com um beijo, mas agora não poderia nem chegar perto.

Inexpressiva, contendo ao máximo suas emoções dentro do peito, sentindo um nó na garganta e seu coração disparar, sinais de que em breve choraria, a Uchiha o encarou firme e proferiu aquela frase que não sairia tão cedo da cabeça do loiro.

"Boruto, você queria me provar a existência do amor, mas tudo o que conseguiu, foi fazer eu odiar você"

Cada palavra dita por ela, pareceram literalmente facadas em seu coração, o fazendo doer de uma forma inimaginável. Suas mãos tremiam e sua respiração estava pesada, dificultando para que ele tivesse qualquer tipo de reação.

Vê-la se virar jogando os longos cabelos negros exalando o perfume doce e caminhar se afastando para cada vez mais longe de si, só fez a dor de seu peito se alastrar. Boruto mordeu com força sobre os dentes, contendo ao máximo o choro que ameaçava vir, sentindo-se um lixo por deixa-la ir.

Como pôde chegar a esse ponto? Ele era um dos Seis Reais, podia ter a garota que quisesse aos seus pés. Havia ganho uma coleção de correios elegantes em apenas três dias, seria só escolher.
Porque é que seu coração tinha que querer justamente a morena dos olhos de jabuticaba, devoradora de livros?

Era patético e Boruto sabia disso. Estava sofrendo pelo término de um relacionamento que na verdade nunca havia existido. Quem é o idiota que sofre desse jeito por tomar um fora da namorada fake?? ELE, Boruto Uzumaki.

— Mas que porra...puta que pariu!!!

Boruto!! Controla a boca!  É a segunda vez que lhe peço isso, querido! Está tudo bem?

Hinata indagou do lado fora daquele quarto. Seu coração de mãe lhe dizia que algo havia acontecido com seu filho do meio. Dede quando chegara do colégio com a cara emburrada, o garoto estava enfurnado naquele quarto, recusando-se a sair até mesmo para almoçar.

— Tá mãe...foi mal!

Ele murmurou com a voz embargada e o braço em cima dos olhos, numa tentativa falha de conter as lágrimas.

— Querido, saiba que se quiser conversar sobre o que aconteceu, eu estou aqui para você. Deixarei um lanche pronto na geladeira para caso tenha fome mais tarde.

Ela sabia que não adiantaria insistir, o loiro se abriria no tempo dele. Boruto sempre tivera essa mania de querer resolver tudo sozinho, guardando seus problemas e preocupações lá no fundo da alma. O único que às vezes, ele dava ouvidos, era o irmão mais velho.

— Beleza mãe! Valeu...eu tô bem!

O loiro resmungou afim de terminar logo aquele papo com sua mãe através da porta fechada do quarto. Não estava afim de falar sobre o que havia acontecido.

Com o celular em mãos e os olhos marejados, ele encarava a selfie juntos, que tinham tirado na hora do intervalo, por insistência dele, onde aparecia dando um beijo na bochecha da Uchiha que sorria tentando fingir que não havia gostado.

(...)

Oito horas mais cedo

Tinha sido um dos melhores momentos juntos mais cedo. Sentado com os outros integrantes dos Seis Reis, seus olhos azuis cintilaram e seu coração errou uma batida ao avistar a Uchiha vindo em sua direção com um sorrisinho de canto no rosto.

Coletânea Predestinados - #BorusaraOnde histórias criam vida. Descubra agora