Prólogo.

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Para os amantes de gatos e música que sonham em viver um romance como os de dorama.


Ni-ki não gostou nem um pouco quando sua mãe lhe disse que eles teriam que se mudar. A princípio achou que seria de cidade ou estado, mas tudo mudou quando a família se viu dentro de um avião com destino a Coréia do Sul.

Como uma criança pequena, o garotinho chorou e fez birra – de acordo com sua mãe, já que ele não se lembra muito bem disso. – Mas o mesmo sabe que doeu muito ter que deixar seu país e ir para outro sem mais nem menos.

Tempos depois descobriu que foi por conta da separação dos seus pais. Sua mãe não queria mais contato com o pai, portanto foi atrás de um emprego em outro país antes mesmo de assinar o papel do divórcio, assim ela poderia sair de lá logo depois, sem enrolação.

Nos primeiros meses, Ni-ki chorava muito para ir a escola. Entrava em pânico porque não entendia nada, afinal, era outra língua e era muito difícil se acostumar com tudo. Não tinha amigos e no início, ficava sozinho nos intervalos escolares, sentado em um banquinho, observando os colegas brincarem e se divertirem, e mesmo criança, odiava por estar ali e não sentir que fazia parte daquilo.

Mas tudo mudou quando ele a viu. Com o cabelo preso em um rabo de cavalo por um elástico cor-de-rosa, vindo correndo em sua direção com um sorriso banguela.

Ela o encarou por alguns segundos, e ele não deixou de olhar para ela também. Então ela disse algo, que o japonês não soube traduzir, e pegou em sua mão, o guiando até um banquinho onde haviam outras crianças, provavelmente amigas dela.

Seu nome era Shin Mi-sook.

No início, as crianças se comunicavam com sinais na maioria do tempo, já que o garoto demorou alguns meses para começar a aprender uma nova língua. Ela poderia ter desistido de ser amiga dele, poderia ter feito piadinhas, como os garotos faziam quando ele errava alguma coisa, mas não. Diferente de todas as crianças de sete anos na época, ela ficou sempre por perto e se esforçava para incluir o novo colega em tudo.

Foi difícil para toda a família Nishimura, principalmente pelo fato de que a mãe também não sabia falar coreano fluente, então ela estudava e ensinava para seus filhos.

Os pais de Mi-sook aceitaram muito bem a amizade da filha com Ni-ki, assim que conseguiram, eles conversavam com a mãe do garoto e marcavam jantares, dentro do possível, mas nunca deixaram de ser respeitosos.

Depois de algum tempo, as crianças se tornaram inseparáveis, todos os dias eles íam para a escola juntos, e depois da aula passavam no parquinho perto de casa para brincar.

Logo os aniversários começaram a ser comemorados juntos. Normalmente eram simples para ambos. Bastava a companhia um do outro e alguns doces para fazer uma festa.

Mi-sook ensinou praticamente tudo o que Ni-ki sabe. Com seu jeito calmo e prestativo, ela conquistou todo mundo.

No aniversário dela de quatorze anos, fizeram uma festinha surpresa e chamaram alguns colegas de sua escola. Foi Ni-ki quem teve a ideia e disse que ela merecia uma festa de aniversário. E foi nesse dia que o garoto percebeu que poderia sentir um pouco mais do que amizade por Mi-sook.

O tempo passou e eles cresceram, juntos de seus sentimentos um pelo outro, já que Mi-sook percebeu pouco tempo depois de sua festinha de aniversário, que seu amigo tinha começado a ficar mais bonito aos seus olhos, além de sempre tratá-la bem. Mas nunca disseram nada, não tinham coragem para isso, o medo falava alto. Mas aquilo foi ficando maior, mesmo depois de se esforçarem tanto para que isso sumisse deles. E então um dia, Ni-ki teve uma oportunidade perfeita para começar a declarar meus sentimentos para a amiga e tomar uma atitude.

CATástrofe | Nishimura RikiOnde histórias criam vida. Descubra agora