O Idol & Eu

Capítulo 12

"Apenas rompa
Somos muito jovens para nos preocuparmos
Por hoje, apenas vá, ao invés de se preocupar" {BTS - Go Go}

Parece um sonho. Será que é um sonho? Estou dentro de um carro sentada ao lado do idol dos meus sonhos: Kim Seokjin. Ele é ainda mais lindo tão de perto, não consigo me acostumar. A pele branca, imaculada e sem uma ruga sequer, os lábios vermelhos e grossos, um convite á luxúria. 

- Olá, Jin. - respondo tímida. 

- Você está bem? Parece um pouco pálida. - ele pergunta, me observando.

- Oh, estou b-bem. Só um pouco desconcertada para falar a verdade. Não é todo dia que o idol dos meus sonhos está sentado bem ao meu lado.

Ele faz um sinal positivo com a cabeça para o motorista, que dá partida no carro. Volta a me olhar, atentamente. Seus olhos são inquisidores, não consigo decifrar o que ele está pensando.

- Seus sonhos... você não me contou sobre o conteúdo deles. - ele arqueia a sobrancelha.

Sinto minha cara esquentar, devo estar vermelha igual um tomate. Como é que eu vou falar pra ele que nos meus sonhos ele estava nu e nós estávamos fazendo coisas que são impróprias para menores? 

- Ah! Você não se esqueceu disso...

- Como poderia esquecer? - pergunta ele. - Estou curioso, Audrey. Sei que muitos armys tem sonhos obscenos com nós. Observamos atentamente as interações de vocês nas redes sociais. Pela sua falta de resposta quando a questionei, só pode ser um desses sonhos, certo? - pergunta Jin.

Arregalo os olhos. Eu imaginava que eles observavam o que falávamos sobre eles nas redes sociais.

- Bom, não vou detalhar, mas sim, foi um sonho desses. - digo, tampando o rosto com as mãos, morta de vergonha.

Sinto mãos quentes sobre as minhas, retirando as mesmas do meu rosto, forçando-me a olhar para ele.

- Não fique com vergonha, Audrey. Não é minha intenção deixar você sem graça, muito pelo contrário. Quero que você se sinta a vontade comigo. - diz Jin.

Ele sorri com os olhos e sinto meu estômago estranho. Aquela sensação de encantamento, a tal das "borboletas" que sentimos quando estamos perto de alguem que admiramos tanto.

Sorrio de volta e concordo com a cabeça.

- Então, onde é que você vai me levar para comer? - pergunta Jin. - O show foi intenso, estou morto de fome! - gargalha.

- Tem uma hamburgueria muito famosa aqui em São Paulo. O dono é um dos chefs mais famosos do Brasil: Henrique Fogaça. Acho que você vai gostar! O hambúrguer é delicioso.

- Se você está indicando, tenho certeza de que vou gostar! - diz Jin, sorrindo - Você pode passar as coordenadas para o motorista? Ele é brasileiro.

- Oh! Ok! - respondo.

Falo em brasileiro com o motorista enquanto sinto os olhos de Jin em mim, fascinado pela nossa conversa descontraída. O motorista sabe onde fica a hamburgueria e informa que chegaremos em cerca de vinte minutos. Olho para ele, que me encara sorrindo.

- O que foi? Porque está me olhando assim?  - pergunto.

- Você fica mais linda ainda falando em sua língua materna. - responde Jin, com os olhos em minha boca. Ele engole em seco e posso jurar que está pensando em sacanagem. 

Minha nossa senhora da bicicletinha. Como lidar com esse homem? Sinto meu rosto pegar fogo. Passo as mãos pelo pescoço, para disfarçar. Ele observa atentamente meus movimentos. Sorrio de volta para ele, mordendo os lábios.

- Você fala coreano e inglês ou alguma outra língua? - pergunto.

- Falo coreano, inglês, japonês e chinês. - ele responde.

- Caraca! Além de lindo é poliglota! - falo. - Ops! Desculpe!

Ele ri. 

- Não se desculpe comigo, Audrey. E você, fala alguma língua além do inglês? - pergunta.

- Não, falo apenas estas duas. Aprendi o inglês porque é necessário para meus trabalhos também. Além de ser a língua universal. Tentei aprender o coreano, mas não me dei muito bem com o Hangul. - confesso.

- Entendo. Você trabalha com o que? Sobre o Hangul, posso ser seu professor particular. - fala, arqueando as sobrancelhas e sorrindo daquele jeito que me desconcerta.

- Sou representante comercial, de empresas têxteis. As vezes tenho reuniões com estrangeiros, pois  a maioria das empresas que trabalho são chinesas então utilizo bastante o inglês. - sorrio - Sobre ser meu professor particular, eu poderia me acostumar com isso. - digo.

Ele se prepara para dizer algo, mas o motorista nos avisa que chegamos ao nosso destino: A hamburgueria Cão Véio.

O motorista abre a porta do carro e Jin é o primeiro a descer. Ele estende a mão para que eu a segure, me ajudando a sair do carro. Ele não solta minha mão enquanto entramos no restaurante. O toque de suas mão  transmite sensações por todo o meu corpo. Olho para ele, que sorri suavemente, esperando minha reação. Quando ele vê meu sorriso, que sai sem ao menos que eu perceba ele acena com a cabeça e nós entramos de mãos dadas.