𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐢𝐚

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Existia algo que Gavira detestava mais do que ter de levantar cedo e não poder enrolar em sua cama pela manhã: aulas de Educação Física

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Existia algo que Gavira detestava mais do que ter de levantar cedo e não poder enrolar em sua cama pela manhã: aulas de Educação Física.

Além de não possuir nenhuma destreza para esportes, ele odiava a sensação de se sentir cansado ou suado. Seu corpo literalmente não havia sido feito para aquilo, no entanto, precisava cumprir com as exigências curriculares da escola.

Deste modo, enquanto seus amigos caminhavam em direção à quadra, ele havia se atrasado por conta de demorar a guardar o material dentro da mochila, afinal, felizmente, aquela era a última aula do dia. Bastava pegar seus pertences e ir embora.

Após juntar tudo, ele caminhou para o ginásio e ergueu ambas as mãos até que alcançasse a gaveta com seu nome no extenso armário onde os estudantes guardavam seus pertences. Ele pegou o uniforme específico para a aula e os tênis.

Mesmo que estivesse sozinho no vestiário, Gavi quis trocar de roupas dentro do banheiro, removendo o suéter preto da escola, junto da calça e dos sapatos sociais para vestir a blusa de ginástica de inverno, no tom azul marinho, em consonância com o shorts branco que havia ficado bem curto e apertado, basicamente expondo suas coxas pálidas e roliças.

Gavi nunca se sentiu confortável mostrando suas pernas daquele jeito, no entanto, dessa vez parecia pior. Ele não havia engordado, mas estranhamente suas coxas e sua bunda sim. Mesmo que fosse um garoto suas curvas eram bastante evidentes e isso o deixava envergonhado. Talvez não devesse ter devorado tantos potes de sorvete enquanto maratonava suas séries favoritas.

Será que precisaria mesmo ir para a aula? Poderia simplesmente fingir que não existia e se esconder na biblioteca...

- Deixe eu arrumar isso para você. - A voz assertiva soou atrás de si, enquanto um corpo maior do que o seu se aproximava, grudando-se em suas costas e o cobrindo parcialmente.

Gavi sentiu seu coração bater forte quando o peito largo do homem repousou em suas costas e a sua pelve esbarrou levemente em sua bunda redondinha. Ele acabou por se assustar e tentou se mover, no entanto, o mais velho permaneceu com as mãos erguidas impedindo que seu suéter fosse de encontro ao chão enquanto escorria pelas frestas laterais da gaveta aberta acima de sua cabeça.

- Alonso... - falou baixinho o nome dele ao vê-lo se afastar e fitá-lo com o sorriso empático e apaziguador como de costume.

- O que você está fazendo aqui sozinho? Todo mundo já está jogando. - disse ao apoiar uma das mãos no armário, bem na frente do rosto do menor. - Precisa de ajuda com alguma coisa?

Por mais que Marcos Alonso fosse aparentemente uma boa pessoa e sempre lhe oferecesse ajuda, Gavi se sentia nervoso perto dele.

Além de tocá-lo sempre que a oportunidade aparecia, tinha a sensação de que sempre que estava sozinho, o bibliotecário arrumava uma maneira de chegar até si e o fitava como se pudesse ler a sua alma.

𝐁𝐞𝐢𝐣𝐨 𝐝𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞↝ᵍᵃᵈʳⁱOnde histórias criam vida. Descubra agora