Halloween | vegaspete

o início

O Halloween é, sem sombra de dúvidas, o feriado predileto dos adolescentes que anseiam por uma festa cheia de bebidas baratas. E, como de costume, é Kinn quem sana essa vontade de seus amigos e colegas de faculdade. Todo dia 31 de outubro o moreno promove a maior - e melhor - festa de Halloween da cidade. Logicamente, esse ano não seria diferente.

Para a sorte de Kinn, seus amigos Pete, Tay e Time, e seu irmão, Kim, o ajudavam com toda a montagem da decoração e disposição de comes e bebes. Kinn e sua gorda mesada quem bancava a maioria das bebidas, todavia ele também pedia a ajuda dos convidados. Como sempre, seus pais e seu irmão mais velho tinham ido passar o final de semana na casa de campo, deixando a casa livre para a algazarra.

Outra característica marcante das festas de Halloween organizadas por Kinn era a presença de inúmeras fantasias originais, trabalhadas e belíssimas. Nesse ano, Kinn escolhera se fantasiar de vampiro, com direito a presas falsas e sangue de mentira ao redor da boca. Tay e Time, o casal do grupo, resolveram fazer "match" de fantasias, sendo o primeiro o Mario e o segundo o Luigi. Kim optou por pintar o cabelo de verde e ir de coringa. E, como sempre, Pete usava sua antiga fantasia de Homem-Aranha. Todo ano ele a melhorava um pouco, mas ele nunca cogitou trocar, amava a caracterização mais do que tudo, além de ele ficar excepcionalmente gostoso com ela.

De todo modo, o relógio marcava 23h e a casa já se encontrava cheia de jovens bêbados e dançantes, dispostos a se divertirem em bocas alheias e em tragos de maconha. Alguns jogavam beer pong e outros jogavam truco. Time, que estava jogando o segundo, se alterava ao ponto de subir na mesa e pedir 12.

Pete, Tay e Kim estavam próximos da porta juntamente com Kinn. Os três primeiros conversavam e bebiam à medida que o anfitrião recebia os convidados com apertos de mão e abraços calorosos. Nessa noite, em especial, Kinn se encontrava um tanto quanto nervoso. Porsche, sua atual paquera, estava a caminho da festa. Os dois tinham se conhecido na universidade e ficaram apenas duas vezes, porém foi o suficiente para que Kinn passasse a gostar perdidamente do mais novo.

- Cara, sério, pra que tanto nervosismo? Vocês já se viram antes e até ficaram - Pete comentou, reparando que o amigo batia os pés incessantemente.

- Você não entende porque nunca se apaixonou - Kinn murmurou e fez um biquinho um tanto quanto frustrado.

- Que bonitinho, nosso nenê está apaixonado! - Tay zombou e todos gargalharam, com exceção de Kinn, que revirou os olhos.

- Olha, eu sei que parece bobagem, mas é importante pra mim, ok? Vocês nunca conversaram com ele antes e eu estou com medo de tudo isso - Kinn cruzou os braços, fitando a rua atentamente, esperando sinais de seu ficante.

- Relaxa, cara, nós vamos gostar dele - Kim tentou tranquilizar o irmão, que soltou um suspiro profundo - Anda, nos diga, o que mais está afligindo esse coraçãozinho? - Ele perguntou, percebendo a postura do outro.

- Não sei... sei lá, é minha primeira festa com ele e vocês sabem o que acontece em festas - Kinn desabafou.

-Hum... não, eu não sei. - Pete disse, fingindo inocência.

- Ah, Pete, cala a boca, você é a mais putinha daqui - O anfitrião murmurou e Tay e Kim riram. Pete segurou o riso e fingiu que estava chocado.

- Que absurdo! Eu nem sei do que vocês estão falando - Pete sustentou a farsa. Adorava se fingir de dissimulado para os amigos.

- Ok, Pete, todos sabem que até o final da noite você já vai ter levado alguém para o andar de cima - Foi a vez de Kim falar. Pete apenas deu um sorriso malicioso e tomou um gole longo de sua bebida para evitar responder.

- Meu Deus, ele chegou! - Kinn exclamou alto, mudando de assunto, e sentiu suas bochechas esquentarem ao perceber que tinha praticamente gritado. Por sorte, a música estava alta e cobriu sua fala.

Para piorar as coisas, seus três amigos se inclinaram na mesma hora para observar Porsche, que descia do Uber acompanhado de outra pessoa. Kinn sentiu seu coração acelerar conforme o mais baixo andava em direção a residência.

- Oi, meu bem - Porsche disse ao chegar e selou seus lábios nos de Kinn, que sorriu largo. Seus amigos precisaram de muito esforço para não rir do anfitrião, que estava mais bobo do que o costume. - Esse é o Vegas, o amigo que eu comentei que traria! - Porsche apresentou a outra pessoa e só então foi possível reparar na fantasia que ele usava: Deadpool. Pete arqueou as sobrancelhas em surpresa com a coincidência.

- Olá, Vegas! Esses são Kim, Pete e Tay - Kinn apresentou seu grupinho e recebeu um aceno simpático de Vegas. - Bom, as bebidas estão na cozinha, vamos! - Ele disse animado e encaminhou os dois novos convidados para o outro cômodo.

Tay e Kim estavam prontos para acompanhá-los, mas Pete os impediu.

- Vocês viram o que eu vi? - Era nítida a animação na voz dele.

- Hum... o Kinn perdendo o BV? - Kim brincou e eles caíram na gargalhada.

- Não, sério - Pete tomou fôlego após a crise de riso - Era um fucking Deadpool! Eu uso a mesma fantasia há quatro anos e nunca encontrei um Deadpool.

- Hum... e isso é bom? - Tay perguntou, ao longe podia escutar Time gritando "truco!".

- Isso é ótimo! Significa que eu já tenho uma boca garantida para essa noite - Pete explicou e Kim revirou os olhos.

- Você nem sabe se o garoto quer ficar com você. Ou melhor, você nem viu o rosto do garoto para saber se quer ficar com ele - Ele disse.

- Kim, meu bem - Pete abriu um sorriso maléfico por baixo da máscara. - Primeiramente, só por ele ter um bom gosto desses, eu imagino que ele seja lindo. E, em segundo ponto, por favor né... sou eu. Quem não quer ficar comigo? - Pete se exibiu e Kim cruzou os braços. Tay os olhava com curiosidade.

- Você se garante demais. - Kim provocou.

- Eu aposto que até o final da noite ele estará se arrastando aos meus pés - Pete disse confiante.

- Eu aposto que você quem vai ter que pedir para ficar com ele - Kim entrou no jogo do amigo.

- Meu Deus... - Tay comentou baixinho e observou seus dois amigos apertarem as mãos, selando a aposta.

Os jogos começariam, então.