Epílogo - parte 2

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— Que merda é essa?  — Indago tacando com papéis em cima da mesa

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— Que merda é essa?  — Indago tacando com papéis em cima da mesa.

— Mas...

—Mas nada, não escultou quando disse que queria os melhores vigiando o Lucca, perdeu a audição?

— Não senhora.

Seu corpo tremia sobre minha presença, posso ver o quanto ele está nervoso, os lábios secos, pupilas dilatadas; possivelmente pela adrenalina que corre em suas veias. Seu corpo mexe de um lado para o outro, posso ver pelos seus braços que as mãos que estão atrás das costuras mexem freneticamente, cocheira, falta de atenção.

Tem algo errado.

— Saia da minha frente, e assuma o seu posto, e no próximo erro que tivemos, eu tratarei de fazer com que esse seja o seu último erro na minha companhia.

Sem n ao menos questionar ele sai do local que estava a passos rápidos, frenético, querendo sair o mais rápido o possível da minha presença.

Assim que sua presença não se faz mais na minha sala, pego um telefone privado que tenho escondido, um que uso apenas para situações de emergência, e essa é uma dessas situações.

— Chefe, a suas ordens.

—O cara que acabou de sair daqui, pegue ele, calça preta, blusa da mesma cor, olhos castanhos, com uma tatuagem no pescoço direito, quero ele preso...naquele local.

Desligo assim que passo as ordens, não posso perder muito tempo nisso, existe algo importante, algo que está errado e eu não posso deixar que isso aconteça.

Merde

No apoio da minha perna, coloco minha arma e uma faca, não preciso mais do que isso, não posso deixar que saibam o que descobri.

Saio da minha sala a passos firmes, não posso vacilar, sempre tem que assim, passos firmes e certeiros, sem cair, tropeçar, sem baixar a cabeça... Estou a cima de todos eles; isso é o que quero que pensem.

Deixei o hospital do Lucca poucas vezes, no geral, o tempo que mais passei fora foi no casamento do Alan, não poderia faltar e sei que o Lucca não iria gostar que isso acontecesse.

Pego um dos carros da garagem e simplesmente esqueço o trânsito a minha frente, algumas multas a mais não vão fazer diferença.

Corto o máximo que consigo, não existe sinais vermelhos, e nesse momento se fosse alguém de autoridade, tiraria eu mesma a minha carteira de motorista das minhas mãos.

Ao menos chego rápido ao hospital. Meus seguranças estão espalhados, disfarçados, de todas as maneiras inimagináveis, eu vejo tudo, sei de tudo, era isso que eu pensava, até ver que algo está completamente fora do imaginei que estaria.

A equipe do hospital não reclama mais do meu porte de armas, mas ainda vejo eles me lançarem uns olhares, medo talvez, mas não tenho tempo para isso.

Quando entro no quarto que Lucca está em como, vejo que tem uma enfermeira com ele, aplicando algo em sua veia... Isso não estava no formulário que recebi do Filipi.

—Mãos para o alto. —Disse sacando minha arma e mirando bem na sua cabeça, porém algo me surpreendeu.

Sem expressão, não tinha nada em seu rosto quando ele se virou para mim, sem brilho no olhar, sem tremores, sem olhares inquietos, sem nada que mostrasse medo, sem sentimentos, sem emoção, era como se ela soubesse do seu fim, era como se ela soubesse que não sairia daquele local viva, já estava preparada para isso, já estava preparado para esse encontro.

Alguém sabia que eu iria vim, sabia que faria exatamente isso.... Eles sabem como eu é meu jeito de agir.

Em fração de segundos, ela morde algo que estava em sua boca, uma espuma começa a sair de seus lábios seu corpo treme, não o que fazer, aperto o botão vermelho na parede, na esperança que um médico surja aqui, mas é tarde.

O impacto do seu corpo no chão, gera um barulho que faz dar um passo para trás,  essa é a primeira vez que me assunto com algo... Viro meu rosto rapidamente para o Lucca, no monitor dos batimentos cardíacos, vejo diminuir aos poucos.

Merde...merde...merde.

Saio da sua sala, o botão vermelho não funciona, desativaram, para que isso acontecesse, sem tempo para agir, sem ter escolha. Puxo o primeiro médico do corredor que vejo, e o levo para a sala, é arriscado, pois não é alguém pré programado para cuidar dele, mas não temos tempo, a cada segundo seu coração diminui a batida, e sinto que o meu vai aumentando mais e mais, adrenalina se espalha por tudo.

Estou com medo de perder ele, um medo que achei que não sentiria mais.

—Faça algo rápido.

—Me ajude com isso. —Pede apontando para o equipamento.

—O que vai fazer?

—Injetei algo que vai ajudá-lo, mas não responde, o coração vai parar, não posso deixar que isso aconteça.

Um bipi ecoa pela sala, parou.

Sem batimentos.

O médico começa uma reanimação, uma, duatrêsres tentativas, nada. Apenas um estalo, seu corpo sacode com as descargas elétricas, mas não vejo o coração bater.

— Não pode deixar ele morrer, tenta de novo. —Imploro sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Não consigo acreditar no que está acontecendo, meu corpo, minha mente, nada consegue entender como foi possível deixar isso acontecer, como que pude... Eu falhei.

Não... Por favor... Lucca.

Mais uma, duas, três tentativas for feitas.e refeitas, não estava deixando o médico desistir... Não pode, isso não pode acontecer, não pode.

Meu corpo desaba no chão, sinto cada partícula da minha estrutura física tremer, o ar falta em meus pulmões, como se algo fechasse minha garganta. Não tem ar.

Começo a controla minha respiração, tentando não perder a esperança.

Por favor, não me deixa sozinha... Por favor Lucca.... Por favor.

Isso não pode está acontecendo, é um sonho, por favor Lucca.

—Senhora...

—Não... Não...

—Ele está morto.



Um Acordo - Os SartoriOnde histórias criam vida. Descubra agora