1. 16 anos.

44 2 0
                                    

Catherine on*

Minha vida é um caos desde os meus 5 anos. Quando papai foi embora e me deixou com mamãe e meus irmãos, tudo na minha vida desmoronou. Era só eu e o meu pai, sempre fomos só nós dois. Rosaline e Ashan sempre foram os preferidos da mamãe, e eu sendo a do meio, fui escolhida pelo papai.
Depois de muitas brigas e discussões, eu vi pela primeira vez, o meu pai espancar a minha mãe, na frente de todos os filhos.

Todos ali ficaram sem chão, então como Rosaline era a mais velha, decidiu ligar para a polícia no mesmo dia.
Levaram papai preso e eu não pude conter as lágrimas. Ele era o meu tudo, mas um monstro tirou ele de mim, uma personalidade que não era dele.
Desde então somos só nós quatro, mas minha mãe sempre prioriza Rosaline e Ashan.

Quando fui para a escola, com 6 anos, conheci um garoto, que parecia ser muito legal. Seu nome era Gustav Schäfer, um loirinho que eu admirava muito. Eu sempre fui uma menina extrovertida, então tomei coragem e fui falar com ele.

Cath: Oii Gustav, meu nome é Catherine Miller, muito prazer.

Gustav: Oii, prazer em conhecer você. Eu posso te chamar de Cath?

Cath: Claro que pode, vamos ser melhores amigos.- Digo abraçando ele.

Desde esse abraço, tudo na minha vida ganhou cor. Gustav era a minha luz, o meu sol, o meu sorriso, a minha força.
Todos os finais de semana ele viajava com a minha família e eu viajava com a dele, Ele sempre dormia na minha casa e eu na dele. Éramos sempre muito unidos, e até hoje, nunca consegui me livrar desse peste.

Um dia, quando tínhamos 14 anos, Gustav estava em casa e decidiu pegar "alguma coisa" que tinha esquecido no meu quarto. Ele estava demorando demais, então decidi ir atrás dele. Procurei em todo o andar de cima. Até que fui no quarto de Rosaline, e lá estava ele.

Aquele pestinha estava pegando a minha irmã mais velha, que ele conhece desde os 8 anos dela. Hoje em dia eles não tem mais nada, foi só um rolinho mesmo. Meus flashbacks sempre pega as minhas memórias com ele, porque nunca consigo lembrar da minha vida antes de Gustav, ele era mais presente do que meu irmão mais novo.
Acordo com um tapa no meu ouvido, que era a forma mais "carinhosa" da minha irmã me acordar.

Rosaline: Vamos querida irmãzinha, hora de acordar. A minha linda aniversariante merece um café na cama.

Ah, meu aniversário. Eu detesto essa data. Todos os meus aniversários sempre tiveram bolo, velinhas, docinhos, tudo o que uma criança sonhava em ter. Meu pai, mesmo na cadeia, me mandava cartões de aniversário, dizendo que me amava e que nunca deveria ter feito aquilo e ter me deixado. Eu sempre ficava muito feliz com aquilo. Até que no meu aniversário de 10 anos, meu pai não me mandou cartão, nem sequer uma cartinha escrito feliz aniversário. Eu esperei, 1, 2, 3... uma semana. E nada.

Eu desisti de comemorar essa data quando isso aconteceu, mas meus irmãos nunca deixaram isso pra trás.

Catherine: Foi mal irmã, mas eu não gosto de comemorar essa data e você sabe, falou?

Rosaline: Mas eu gosto, e hoje fazem 16 anos da sua existência. Eu queria tanto estar fazendo 16 novamente, mas já tenho 18.- Diz ela com uma cara triste.

Eu dou um leve sorrisinho e acendo um cigarro. Ela o tira da minha mão e arremessa pela janela.

Catherine: Rosaline! Sabe que eu detesto quando você faz isso!

Rosaline: Hoje você não vai por um cigarro nessa boca porque eu não vou deixar. Vamos, levante dessa cama e venha tomar seu café aqui na escrivaninha.

Ela sai e assim consigo ter o meu momento de paz.
Experimentei um cigarro pela primeira vez, aos 14 anos. E nunca senti aquilo antes. Parecia uma energia nova, um abastecimento para a minha vida.
Eu fumava escondido da minha mãe e da minha família, o único que sabia era Gustav.
Quando minha mãe descobriu ela quase me matou, mas mesmo assim quis me levar ao médico. E fui diagnosticada com vício em cigarros aos 14 anos.

O tempo perdido - tom kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora