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O final de semana foi simplesmente incrível! Acho que nunca passei um aniversário tão feliz e sem preocupações. Chegamos em São Paulo ontem a noite e eu não fiz nada em casa, nem desarrumei a mala, algumas questões perturbavam minha mente e eu não conseguia parar de pensar nelas.
Acabei ficando muito próxima do Pedro durante a viagem, primeiro porque fomos pra cama juntos e segundo porque tínhamos que atuar na frente dos nossos amigos, então as coisas aconteciam no automático e eu estava tão aérea e feliz que não me incomodava nem em colocava um limite, como normalmente faço.
O problema é que recentemente tenho me sentido assim com ele. Não quero por limites porque gosto de receber seu carinho e atenção, ao mesmo tempo não acho certo já que tudo isso não passa de um teatro que nem tem motivo mais para existir, só mantemos por causa do contrato e ainda falta 1 mês pra ele acabar. E o fato de termos ido pra cama só piora tudo isso.
Minha mente tá tão bagunçada que estou o evitando desde o último dia da viagem. Quase não nos falamos durante o trajeto e também não respondo suas mensagens. Não tenho coragem, não acho justo.
Estava perdida em meus pensamentos quando ouvi a campainha tocar, fui em direção a porta tropeçando em algumas bagunças que deixei pelo caminho e abri a porta sem perguntar quem era, mas paralisei quando o vi

- Pedro?- não consegui esconder a surpresa

- Oi!- se mexeu meio sem jeito

- Tá... tudo bem?- ele deu uma olhada no apartamento por cima do meu ombro e arqueou a sobrancelha

- Eu que deveria te perguntar isso - soltei uma risadinha pelo nariz e encarei o chão. Encontrá-lo agora em meio a todos os meus pensamentos definitivamente não estava no plano. Ficamos em silêncio por alguns longos segundos até que ele voltou a falar - não vai me deixar entrar?- dei espaço e ele entrou

- A que devo a humilde visita?- tentei brincar pra quebrar o gelo. Na verdade eu queria que ele não tivesse aparecido

- Eu passei no mercado e vi que tinha esse doce que você disse que gostava na viagem, decidi trazer pra você- o gelo no meu coração se derreteu e ele bateu fraco. Droga! Não pode ser!

- Ah! O-obrigada, Pedro! - peguei a sacola meio sem jeito - não precisava se incomodar

- Na verdade eu queria um pretexto pra vir te ver- parei de respirar sem perceber, ficando nervosa com a situação

- Tô bem aqui!- dei um sorriso sem graça e ele murchou

- Você tá estranha, Nina... O que houve?- ele falou num tom sério e eu suspirei

- Nada... - dei de ombros tentando disfarçar - tô cansada da viagem

- Mas você tá estranha desde a viagem...

- Não tô!- fui pra cozinha guardar o que ele tinha trago na intenção de fugir da conversa

- Fala sério, Nina! Eu fiz alguma coisa que você não gostou? Foi porque a gente transou?

- Não, Pedro! Nada disso - o olhei mas desviei o olhar logo depois - aliás, por que você se importa tanto? Falta sei lá... umas 4 semanas pro nosso contrato acabar- ele deu uma risada sarcástica

- Ah! É isso então! Você não vê a hora de se livrar de mim - o olhei arqueando as sobrancelhas - justamente agora que eu pensei que toda sua implicância chata tinha passado e finalmente estávamos mais próximos. Mas não! Você só estava atuando!

- Sempre foi esse o nosso combinado, não é?- foi a única coisa que consegui responder

- Sério, Nina? - ele passou a mão no rosto, desacreditado - que merda! Eu cai nesse teu joguinho igual um pato!

- Não tem jogo nenhum, Pedro! Foi só o nosso combinado- dei de ombros fingindo não ligar mas meu coração batia forte demais no peito

- Você tava atuando... Esse tempo todo... Era tudo atuação... - ele resmungou andando de um lado pro outro, passando a mão no rosto, até que me olhou - e na cama? Era atuação também?- ele me pegou de surpresa e eu assenti no automático

- Tudo era atuação, tudo.- ele chegou perto da bancada na cozinha, onde eu estava. Quando olhei em seus olhos pude vê-los brilhando, mas não da forma que brilhavam pra mim em todos os outros dias. Ele piscou forte e deu uma risada, indo em direção a porta

- É melhor eu ir embora!- abriu a porta e saiu, descendo pelas escadas.

Fechei a porta e me encostei nela, até sentar no chão. Sentindo meu coração afundar completamente no peito.
O que eu tinha acabado de fazer? Por que? Pra que? Não precisava disso tudo, eu de fato não queria fazê-lo sentir o que sentiu quando me olhou nos olhos antes de sair. Mas eu não sei como lidar com isso, com esse sentimento recente que surgiu em meu peito. Talvez seja melhor assim mesmo, talvez ele consiga viver a vida dele melhor longe de mim e de toda essa minha confusão.
Apesar de tentar me consolar, minha única vontade era deitar na cama e chorar. E foi isso que fiz. A noite toda.

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oiiiiiiiiii gente que SAUDADE
infelizmente tive que abrir mão da viagem pq perdi todas as minhas ideias e tava empacada naquela situação, agora com a passagem de tempo consigo fazer a história rodar
e alias ODIEI escrever isso, ainda escrevi de um jeito brando pq me DOI o coração ter que fazer eles brigarem por isso o capitulo pequeno kkkkkkkkkkkkkk
enfim eh isso amores estou de volta até a 2ª ordem e MORRENDO de saudade de vocês

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