A natureza pirata

Uma tempestade se aproxima

A história que estou prestes a lhe expor, não é um simples conto de fadas, mas sim, algo muito mais profundo que envolve reviravoltas, tragédias e mortes.

E acima de tudo, essa é uma história de amor.

Para contar de maneira adequada, devemos voltar a um passado, onde um jovem garoto nasceu num navio pirata durante uma terrível tempestade.

A mulher que dava a luz a criança se chamava Laura Rackham.

Laura não era apenas alguém que passou toda sua vida no mar, mas também a capitã de toda uma tripulação pirata, num exótico navio chamado Barnacle. Conhecidos por grandes saques e pilhas de tesouros, uma reputação sangrenta marcada pelo desenho da bandeira.

Seus marujos já estavam meses sem sua supervisão, já que sua gravidez era segredo para todos, exceto para Edward Teague, o pai da criança.

Veja bem, crianças a bordo de um navio pirata era uma coisa um tanto perigosa. Por mais fiel que sua tripulação possa ser, era necessário cuidado. Qualquer bom capitão, sabia que o segredo para o poder, era deixar suas fraquezas escondidas próximas ao peito.

Existia um plano para o futuro dessa criança. A trajetória estava traçada para uma ilha próxima onde deixariam o rapaz nos cuidados de algum orfanato, porém o destino teve outros planos.

No momento do nascimento, Laura estava em sua cabine, tentando não pensar sobre sua tripulação estar sozinha lidando com uma enorme tempestade. Seu primeiro imediato, Henry Morgan, estava no comando durante aquele período, o que devia a deixar mais tranquila, já que confiava nas capacidades de seus marujos, porém o estresse em suas veias se tornava em agitação e adrenalina, impossível de se manter parada, mesmo que seu filho estivesse prestes a nascer.

Era uma noite desesperadora para cada membro da tripulação, principalmente quando ouviram os gritos da capitã em sua cabine. Assim que a maré se acalmou, eles não se importaram mais com regras e foram ver se ela estava bem.

Foi quando colocaram os olhos no rapaz pela primeira vez.

O rapaz que foi conhecido como Jack.

Foi praticamente impossível se livrar dele depois disso. A tripulação havia se apegado ao garoto de uma maneira sobrenatural. Desde cedo, Jack se mostrava tão empolgado no quesito aventuras, quanto o resto dos marujos.

As vezes, o pequeno rapaz gostava de cantar antigas canções piratas e se pendurar no alto casa cordas, demonstrando sua energia e aptidão.

Foram anos onde Jack cresceu em meio aos piratas, aprendendo a se adaptar e sobreviver, ele ainda não era o melhor espadachim dos mares, mas seria mentira dizer que o rapaz não era habilidoso.

No entanto, ao treze anos, sua vida mudou.

Jack estava mais uma vez pendurado sobre a cordas, se agarrando em uma mão e deixando todo seu corpo se pendurar perigosamente para fora do navio. Havia vezes que Jack podia jurar que estava enfeitiçado com a sua própria imagem sendo refletida ao mar.

Laura apareceu no deque, nem um pouco surpresa ao ver o rapaz pendurado.

- Quantas vezes terei que te mandar descer daí? – Laura gritou, chamando a atenção de Jack.