02. Você ainda respira

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Os dois guerreiros mais poderosos são a paciência e o tempo. Leon Tolstói

Lily sempre me mandava mensagens perguntando se eu tinha notícias, mas a resposta era sempre a mesma, não. Eu não tinha notícias. Pelo menos até ontem quando recebi uma localização do Nymos, apenas isso e nada mais.

Minha primeira reação foi surtar. Soltei o celular sobre a cama e dei pulinhos de felicidade pelo quarto, com direito a gritos contentes. Parei quando a realidade me atingiu, me virei na direção da cama, levando a mão até a boca e à cobrindo, desacreditada.

Fiquei imóvel por um momento tentando assimilar aquela informação, me aproximei, pegando o celular entre o lençol branco da cama, minhas mãos tremiam igual vara-verde. Me sentei, porque sentia que minhas pernas cederiam a qualquer momento.

Segurei o aparelho telefônico com mais força, cortando a circulação sanguínea e deixando a ponta dos meus dedos brancos. Engoli a seco, umedecendo os lábios.

Respirei fundo, abrindo a localização. Com um clique o celular me levou a fachada de um restaurante chinês, a merda de um restaurante chinês. Encarei a tela sem acreditar.

Um sorriso cresceu em meus lábios enquanto meu coração batia loucamente, como se eu tivesse corrido uma maratona. Encarei o telefone por um bom tempo sem saber qual o próximo passo, foi quando notei um horário no canto da tela, havia uma data também.

Fiquei ali parada com o celular em mãos, com medo de piscar e a mensagem desaparecer. Medo de ter sido uma criação fértil da minha cabeça, tive que piscar eventualmente, meus olhos já estavam começando a secar. Um suspiro de alívio deixou meu lábios quando abri novamente os olhos e a mensagem continuou brilhando na tela, era real.

Percebi que estava chorando quando minha lágrimas começaram a molhar a tela do meu celular, ofeguei procurando por oxigênio. Enquanto as lágrimas desciam sem parar, puxei o aparelho contra o peito, abraçando...

Aquela mensagem era tudo que me restava, minha única esperança. Como se finalmente pudesse abraçar uma parte dele, não era suficiente, mas era melhor do que nada.

Me encolhi, chorando como uma criança. Em algum momento minhas lágrimas se transformaram em uma risada de alívio, eu gargalhei.

Jake estava vivo. Ele ainda respirava.

Eu mal conseguia acreditar, era como se aquele momento não fosse real, como se eu estivesse fora do meu corpo vendo tudo acontecer, era uma sensação esquisita.

Me deitei na cama de barriga para cima, com os braços abertos, encarando as estrelas que desenhei no teto com ajuda de Jessy e Dan. Um novo universo se abriu diante de meus olhos, respirei aliviada. Toda a carga em meus ombros finalmente desapareceu.

Eu tinha percorrido um longo caminho desde o começo até o final da investigação, era a primeira vez que eu me sentia verdadeiramente feliz desde que encontramos Hannah. Nada poderia manter um pássaro preso ao chão, apenas correntes colocadas por outras pessoas, as minhas finalmente tinham quebrado. Eu podia voar agora.

Meu corpo estava leve. Sorri para as estrelas mesmo quando era dia, apertei o celular em minha mão direita, decidida a mandar uma mensagem. Me sentei, cruzando as pernas.

Digite várias vezes, apaguei várias vezes. Nada parecia suficiente, nenhuma palavra poderia descrever minha felicidade genuína. Tem certas coisas que precisam ser ditas pessoalmente, essa era uma delas.

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⏰ Última atualização: Jun 25, 2023 ⏰

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𝖱𝖾𝗌𝗍𝖺𝗎𝗋𝖺𝗇𝗍𝖾 𝖼𝗁𝗂𝗇𝖾̂𝗌; Jake Donfort Onde histórias criam vida. Descubra agora