Capítulo 17

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Ladybug

Pelas janelas do Hospital, a cidade de Paris foi banhada pelos raios de Sol daquela manhã. Os raios alaranjados beijaram minha bochecha, aquecendo meu rosto, me indicando que era a hora de acordar, finalmente. Hora de levantar e enfrentar a minha realidade.

Com os olhos fechados, bocejei. Espreguicei com cuidado meu corpo, ainda dolorido, depois de uma noite de sono que recuperou minhas forças. Abri os olhos e mirei minha visão para baixo, para meu corpo. Suspirei de alívio por ver que meu traje permanecia intacto no meu corpo, apesar do tecido da perna rasgada. O tecido de joaninha continuava ao chão, onde eu havia jogado.

Ontem a noite, na madrugada, o Hospital era silencioso, porém naquele instante eu conseguia ouvir ruídos ao longe. Vozes de pessoas e funcionários andando de um lado para o outro, apressados tentando atender a todos. Olhei para o relógio que havia na parede do meu quarto, perto de mim.
O ponteiro mostrava que eram 10 horas da manhã.
Suspirei.

Desenrosquei o ioiô da minha cintura e em seguida o abri, como forma de celular. Disquei os números do telefone da Alya e aguardei a chamada completar. Foram necessários dois toques apenas, até Alya atender, eufórica. Afastei um pouco o telefone do ouvido quando ouvi sua voz exageradamente alta.

- Ladybug! Como você está agora, me diz?! Estava preocupada! - ela dizia.

- Alya, por favor, calma. Eu já te falei que estou no Hospital, falei ontem. Estou bem! - disse, tentando tranquilizá-la.

- Eu sei, mas mesmo assim, você não me ligou. Fiquei maluca! Como você está? - perguntou Alya.

- Estou beeeem. - dei uma risada, revirando os olhos depois. - Meu Deus, acho que nem minha mãe ficaria assim.

- Quer parar? - ela disse, sarcástica.

- Você é realmente impossível. - sorri. - Alya, me diz. Meus pais perguntaram de mim?

- Eles não perguntaram não. A esta hora, devem estar na correria dentro da padaria, você sabe.

- Sim, é verdade. E as aulas?

- Canceladas, por enquanto. Por causa do incidente de ontem. - disse ela, pelo telefone consegui distinguir um certo tom de tristeza em sua voz.

A faca afiada, meu rosto apavorado refletia na lâmina de prata. Perfurou minha perna, deixando escorrer o vermelho que fluía de dentro de mim, fosco. Manchando as ruas, enlameando a estrada e o chão. A dor que subia pelo meu corpo, adrenalina e terror fluiam desesperadamente pela minha mente. Minha respiração acelerada e irregular. Vermelho, seus olhos vermelhos da máscara me olhavam, de repente uma risada histérica.
Outra apunhalada.

- Ladybug? Ladybug, você está aí? Alô?! - chamava Alya.

Não havia notado que tinha me perdido em pensamentos. Sacudi a cabeça na tentativa de afastar aquela lembrava tenebrosa, porém o movimento me fez ficar tonta por breves segundos.
Firmei a cabeça e falei:

- Estou aqui, desculpe. Eu fiquei... Distraída.

- Tudo bem. Ei! Em que Hospital você está? Quero te visitar. - Alya disse.

Fui pega de surpresa, rapidamente notei que não fazia ideia de qual Hospital estava.

- Na verdade.. Eu não sei. - disse. - Cat Noir quem me trouxe aqui, mas não me disse o nome.

- Entendi. - Alya disse. - Espere um segundo.

Consegui ouvir barulhos vindo do outro lado da ligação, parecia que Alya digitava algo no teclado de seu computador.

Você será minhaOnde histórias criam vida. Descubra agora