"Um jovem rapaz que se perdeu nos labirintos de um jardim..."
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Era mais do que um fato de que, independente da classe social, do status ou do sangue nobre que alguém portava, tanto os homens quanto as mulheres podiam carregar em seus ventres filhos se, assim, seu gênero "permissivo" permitisse.
Diante disso, mulheres que eram consideradas "dominantes" podiam, facilmente, engravidar as de gêneros permissivos que estavam em sua volta, o que, relativamente, era o mesmo quando relacionado aos homens.
E mesmo que na época em que tal coisa fora descoberta toda a sociedade se tornara um caos, no último século havia surgido apenas para facilitar a vida dos nobres que só tinham descendentes mulheres, assim, resolvendo de melhor maneira o problema de sucessão quando, agora, podiam escolher uma dentre as filhas de sua casa para que ocupasse a posição do patriarca quando este se ausentasse.
Várias coisas haviam mudado naqueles últimos anos, a visão dos homens sobre as mulheres, e em como elas ocupavam cada vez mais um espaço que as ausentavam de deveres como apenas cuidar do marido, e dos filhos que este a der.
No entanto, uma coisa continuava a mesma: a plebe sempre continuaria sendo a plebe.
Pela sexta vez, os olhares de um pequeno grupo de jovens se direcionam para Marcel Barthon. Do lado de fora de onde deveriam estar — um salão imperial onde estariam celebrando a formatura —, os colegas de turma, de certa forma, se escondiam em um grande arbusto ao redor do local.
Entre eles, Armin era o mais cauteloso, seu olhar, momentaneamente, acompanhado de um engolir em seco.
— Você tem certeza que deveríamos fazer isso, Cely? — o menor pergunta levemente nervoso, sem olhá-lo, Já o castanho de cabelos ondulados e escuros, assente a medida que observava a movimentação na porta de entrada do salão. Enquanto Eren, ouvindo as palavras do loiro em questão, apenas revira os olhos.
Armin... medroso como sempre.
— É claro que temos certeza Armin! — Jean interrompe, aproximando-se do menor e colocando uma mão sobre seu ombro, fazendo-o olhá-lo de canto. — Este também é o nosso baile, a nossa formatura. Deveríamos estar desfrutando tanto quanto eles, é o nosso direito também! — a maioria concorda diante de suas palavras.
Jean tinha razão.
Atualmente a Academia Imperial da Capital do Império de Paradis, portava um dos melhores ensinos e professores de todas aquelas terras, e quando comparadas a algumas academias de reinos vizinhos. E devido a isso, não era mentira dizer que o lugar era o mais cobiçado e desejado por entre os jovens herdeiros e sucessores de todo o país. Coisa a qual, também se aplicava aos plebeus que viviam naquelas terras.
