Capítulo VI: Bicho-papão e aniversários.

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A quinta-feira demorou a chegar. Tiveram várias aulas no decorrer da semana, mas estavam ansiosos mesmo era pela quinta, quando Remus finalmente iria dar sua primeira aula com a turma do terceiro ano.

Na quarta feira à noite, Harry e Aurora foram dar uma palavrinha com o pai nos aposentos do homem. Estava fora do horário de recolher, Harry e Aurora vestiram a capa de invisibilidade e rumaram para a sala, batendo na porta. Remus demorou para atender, e quando abriu a porta deu de cara com... Nada.

— Eu sei que vocês estão aí — disse ele encarando nenhum lugar específico, e então Harry e Aurora surgiram ao despirem a capa.— Entrem logo.

Os aposentos de Remus era como a casa dos garotos, aconchegante e não tão chamativo. Eles viram que na cama de casal havia um cachorro enrolado nos lençóis.

— Padfoot? — perguntou Harry confuso.

O cachorro se transformou em Sirius, que os olhou com diversão.

— Por que raios o senhor está aqui? — perguntou Aurora se acomodando ao lado do pai na cama.

Sirius suspirou, antes de passar o braço pelos ombros da filha — Não é óbvio? — ele disse como se a dúvida da filha fosse uma dúvida fútil.— Eu sou o animal de apoio emocional do Moony, não posso deixa-lo sozinho...

— Ele não se acostumou a dormir sozinho e vem toda noite dormir aqui — desmentiu Remus no mesmo instante, pegando um bule de chá e servindo aos filhos com pequenos biscoitos amanteigados.

Sirius nem retorquiu a fala, todo mundo sabia que era a verdade.
Harry encheu a boca com biscoito, de modo que suas bochechas ficaram enormes, como as de um esquilo. Aurora o repreendeu, enquanto Remus observava com um sorrisinho no rosto, encostado na parede.

Quando a garota deu um gole em seu chá, ela ergueu os olhos para o pai.
— O que o senhor vai passar na aula de amanhã?— perguntou dando uma mordida em outro biscoito.

— Você vai descobrir amanhã — respondeu ele simplista, agora sentando-se sobre a cama. Sirius voltou a se transformar em um cachorro e se deitou no colo do marido.

Aurora fez uma cara sofrida. Harry lançou olhos de cachorrinho na direção de Remus. Aqueles olhos conseguiam convencer a metade dos adultos de fazer o que o menino queria, mas Remus era a exceção.

— Não posso dar vantagens a vocês só por serem meus filhos — disse Remus com um suspiro cansado.

Aurora olhou para o pai com angústia.

— Que pena — disse ela num suspiro.— E eu jurando que iríamos receber notas extras, Prongs....

— Homem malvado, esse Moony. Não ligue pra ele, Wolfstar. Vamos sobreviver sem as notas extras... — disse Harry dramaticamente.

Remus olhou para os dois com uma careta.

— Aliás, o que vocês estão fazendo aqui fora do horário de recolher? Pra fora! Vão dormir A-GO-RA — ralhou Remus empurrando os dois para fora dos aposentos.

Harry e Aurora resmungaram  protestos, até que eles estavam do lado de fora da sala. Os dois encararam os corredores escuros do castelo e se entreolharam com diversão.

Aurora bateu na porta novamente.
— Papai! Como vamos voltar sem a capa? — berrou ela enquanto batia na porta sem parar.

A porta se abriu em um pequena fresta, e de lá, Padfoot apareceu com a capa na boca. Ele jogou a capa no rosto da filha enquanto colocava a língua para fora, divertido. Harry tinha certeza que Sirius estava dando língua pra eles. O cachorro voltou pra dentro e a porta se fechou na cara de Aurora.

Harry Potter e a Roda do Ano.Onde histórias criam vida. Descubra agora