Capítulo I: A carta.

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Harry Potter era um garoto diferente dos outros em todos os sentidos da palavra. Primeiro que seus pais adotivos eram dois homens bastante peculiares, um deles era herdeiro de uma das famílias mais antigas e supremacistas que existia na Grã-Bretanha, e o outro era nada menos que um lobisomem.

Segundo: ele era um bruxo, e isso por si só já o tornava diferente até demais. Mas claro, pra colocar mais desgraça no seu currículo, ele não era qualquer bruxo, ele era o menino-que-sobreviveu, que ficou conhecido assim porque a tempos atrás um lunático metido a frio e calculista tentou mata-lo quando Harry era um bebê, e quem morreu foi ele. Nesse infeliz incidente seus pais biológicos acabaram falecendo, o deixando sob a tutela de seus padrinhos.

Terceiro, ele possuía uma cicatriz de raio em sua testa, que provava que ele havia de fato sobrevivido a maldição da morte. Quarto, o bruxo que supostamente morreu quando o atacou, de alguma forma sobreviveu e estava se esforçando bastante em tentar acabar com a sua vida durante os seus dois últimos anos escolares.

Sim, esse era Harry Potter.

As ruas de Goldric’s Hollow estavam íngremes e úmidas por causa da chuva que havia acabado a minutos atrás. Correndo como loucos estavam quatro crianças de cerca de dez anos. Os quatro eram os maiores pestinhas do vilarejo, e sempre andavam por aí querendo arranjar encrenca.

— Você prometeu! — disse uma das crianças, uma menina baixa de pele escura e cabelos trançados, ela se chamava Margaret Earhart e era uma das crianças mais malvadas que existia no vilarejo.

— Não prometi nada! — Ah, esse que gritava como uma criança também era Harry Potter.

— Prometeu sim — retorquiu um garoto de cabelos pretos e sardas salientes por todo o rosto, se chamava Henry Logan.

— Prove — retrucou Harry olhando para os lados, encontrando uma forma de escapar da mira das crianças.

Um outro garoto apontou para Harry, com olhar raivoso — Covarde! — ralhou Marcus Olywood, um maldito pirralho de cabelos cacheados.
O último garoto bateu o pé no chão, impaciente, esse era Neo Darkstar — O que nós somos? — perguntou ele gritando para os amigos.

— A armada de Hogwarts! — gritaram todos os outros em resposta.

— E o que nós queremos? — perguntou Neo novamente.

— Feitiço de fogo! — berraram os outros novamente.

Harry revirou os olhos para as crianças. Veja bem, Potter realmente andou desejando morar numa área totalmente trouxa nesses últimos dias, pelo menos ele duvidava de que fosse encontrar crianças bruxas obcecadas por magia nesses lugares. A armada de Hogwarts, como o grupo de crianças se intitulavam, estava o perseguindo desde o início das férias porque de alguma forma ouviram sobre seu atos heroicos durante o segundo ano do rapaz e agora estavam o perturbando noite e dia para que ele mostrasse feitiços pra eles. Sua única vontade era pegar suas malas e partir imediatamente para o Largo grimmauld.

Harry odiava mais ainda que num vilarejo de bruxos, magia menor de idade não era identificada por conta de todos os bruxos em volta, então Harry não poderia dar essa desculpa para as crianças.

Harry bufou, derrotado.

— Certo! — disse ele puxando a varinha do bolso. As crianças olharam atentamente, mal parecendo acreditar que ele de fato iria conjurar um feitiço. Harry fechou os olhos, fingindo se concentrar, o fato era que ele estava pensando numa maldição boa o suficiente para fazer as crianças o deixarem fugir. Ele pensou em estupefaça, mas depois refletiu e percebeu que estuporar crianças poderia o trazer problemas pra si.

Harry Potter e a Roda do Ano.Onde histórias criam vida. Descubra agora