🌌 A primeira aurora 🌌

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Era de manhã cedo em Aurora

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Era de manhã cedo em Aurora. O clima gelado e acinzentado, condizente com o lugar, deixava ainda mais sombrio o horário. Pela janela do quarto, a luz fria banhava a cama do ômega, iluminando o quarto e consequentemente, o rosto do garoto já de pé e seu corpo, tudo isso às seis da manhã.

O reflexo com olhar cansado e sonolento, com olheiras profundas de brinde. Tudo era camuflado com uma camada de corretivo, como em todos os dias de sua vida. Usava uma blusa de banda de rock, com um suéter por baixo, completando com a calça de moletom cinza e seus queridos all stars amarelos velhos de cadarços sujos.

Beomgyu bocejava pelo sono matinal e espirrava em seguida, após o pó do pincel, que bateu na tampinha do produto para tirar excesso, subir para suas narinas. Largou um bufar preguiçoso ao que terminava a leve maquiagem, seu costumeiro disfarce para lhe dar um ar de ao menos saúde, apenas corretivo embaixo dos olhos e hidratante nos lábios, fim, sem toda a *emperiquitação desnecessária que via em tutoriais de maquiagem no YouTube.

O som do espirro ecoou no quarto e o miado esquisito que seu gatinho gordinho soltava, roubou sua atenção. Beomgyu o enfiou embaixo de um braço, com cuidado, largando as coisas na cômoda de madeira alaranjada e gavetas abertas, mostrando a bagunça que foi decidir o look complexo. Beomgyu se olhou uma última vez no grande espelho de corpo inteiro que ficava no quarto, sorrindo contido.

— É, dá pro gasto.

Bolota miou, em protesto, talvez pela posição desleixada e não discordando do dono, assim o segurou com as duas mãos, por baixo das axilas, o pondo de frente para si, rindo baixinho do gatinho que o olhava fixamente.

— Tá bom, tá bom, hora de comer bebê!

Beijou a pontinha da orelhinha peluda, a vendo se sacudir para trás, junto do olhar de pupilas dilatadas do gatinho curioso, teve que sorrir e beijar o narizinho rosa do bichano fofo. Tomou rumo para o interior do chalé ao que o arrumava no colo como uma bolinha, de barriga pra cima.

A casinha era pequena. Um chalé de madeira, de telhado triangular e muitas janelas quadriculadas, com apenas um quarto e um banheiro, sala e cozinha divididas em estilo americano e um escritório improvisado no cantinho do único cômodo da casa. Era perfeito para a pessoa com tdah que Beomgyu era e que perdia até o óculos na própria cara, pequena e levemente bagunçada. Uma casa aconchegante e gostosinha, só dele.

Bolota saltou para o chão ao que viu sua vasilha de ração e Beom colocou uma canequinha na vasilha de porcelana branca do bichano, com a medida exata do que o gatinho podia comer, indo fazer o próprio café, mas não sem antes capturar o casaco de lã grossa no cabideiro. Era época do alto frio, o que significava época de transformação. Mas só de pensar em vários alfas correndo de um lado para o outro na pequena vila, em formas lupinas, fazendo bagunça e sacudindo tudo como furacão, ele podia sentir seus olhos reviraram e afundarem por trás das pálpebras.

Isso não se encaixava para Beomgyu, que era um ômega, o que não mudava nada para ele, a transformação não era uma necessidade de extravasar. Não como alfas necessitavam para mostrar toda sua glória e força, uma grande balela.

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