Capítulo 1 (Guerra sem fim)

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Ano de 1692 — Templo de Rocmor

Era uma noite calma no reino de Patrocki, o primor de duas luas cheias enchia os céus de beleza, tal acontecimento que os homens chamavam de Duosix ocorre apenas um dia por ano. Acredita-se que quando o planeta Siren nasceu, duas luas surgiram do nada para protegê-lo, e em cada uma dessas luas há um espírito guardião que os chamavam de Seffron e Norffes. Normalmente, quando ocorria um acontecimento desses, os aldeões de Patrocki festejavam, alguns bebiam com os amigos, outros faziam jantares e os mais devotos preferiam apenas rezar pela graça e proteção que os guardiões lhes davam.

Contudo, essa noite foi diferente, os cidadãos estavam acolhidos em suas casas e as ruas estavam vazias, era incomum em uma noite tão privilegiada, algo parecia diferente. O vento soprou com muita violência cortando as árvores, derrubando barris, jogando ao solo roupas cuidadosamente prendidas em varais, mas parecia que essa fúria tinha uma direção.

Há dois dias de viagem ao leste havia um maravilhoso lugar onde era intocável por seres normais, o Templo de Rocmor, monumento construído por magos puros, com um enorme cuidado, pois muitos desses magos o aproveitavam para fazer seus maiores rituais, era um local sagrado para eles. Porém, por algum motivo aquele pequeno espaço de terra emanava uma enorme energia, por isso muitos magos puros costumavam também utilizá-lo como templo para restaurar suas energias e viver pacificamente com ela. E era por esse caminho que o vento soprava e um enorme barulho quebrando o silêncio da noite e perturbando os cidadãos ecoava no ar.

Chegando mais próximo do templo via-se inúmeras tochas flamejantes jogadas por todos os lados, e o medo se tornava real quando ao olhar para cima se observava uma iluminada criatura gigantesca berrando com todas as suas forças. Ao brandir sua espada, que segurava com tanta força, ia destruindo os pilares do que antes era um templo sagrado. Vários guerreiros pareciam lutar nessa batalha contra tal criatura, todos levantavam suas espadas, arcos, bastões e lanças.

— GORGOS!!! Sua hora chegou!!! — todos os guerreiros repetiram essa frase.

Talvez essa noite fosse realmente diferente das outras, pois Gorgos não era qualquer criatura, esse demônio gigantesco era o dono do submundo, lugar sombrio onde as almas desgraçadas sofriam por toda a eternidade. Acreditava-se que quando a magia do planeta enfraquecesse repentinamente e houvesse uma distorção no tempo, Gorgos apareceria no lugar onde existisse uma enorme fonte de magia, assim ele poderia reivindicar o planeta inteiro para si e destruir todas as criaturas que ali viviam, contudo, também deve ser mencionado que com a chegada de Gorgos, um grupo de guerreiros nomeados "os guerreiros da paz" apareceria de terras longínquas para derrotar tal monstro e salvar o mundo da escuridão eterna.

O momento era complicado, essa batalha podia decidir o futuro do planeta Siren.

Guerreiros de todas as partes se reuniram nessa batalha épica. Um grande barulho ecoou pelo vento e todos se viraram querendo descobrir se era ajuda ou mais perigo.

— SÃO ELES!! FINALMENTE CHEGARAM!!! OS GUERREIROS DA PAZ!!! — uma das pessoas apontou para o sul e berrou.

Uma enorme euforia se alastrou pelas pessoas, isso poderia dar um rumo diferente a essa luta. Gorgos se virou para os guerreiros da paz e gritou num som agudo metálico:

— Ha, ha, ha! VOCÊS ACHAM QUE PODEM ME DETER??? ESMAGAREI VOCÊS COMO SE FOSSEM INSETOS!!!

Nessa época, eram três os guerreiros da paz: Norman, um esplêndido e experiente guerreiro da raça Gargoriam, muito forte na batalha entre espadas, alguém que muitos temiam pela força. Aleanor, um humano ferreiro mestre das armas, onde muitos dos equipamentos mais poderosos que os guerreiros dessa época utilizavam foram feitos por suas mãos. E, finalmente, Thassia, uma elfa com o dom da magia, mesmo sabendo que essa raça andava sempre em bando, tinha um conhecimento de magia maior que muitos de seu reino. Ela aceitou entrar para esse seleto grupo conhecendo o futuro o suficiente para saber que Gorgos estaria de volta e precisava derrotá-lo.

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