Hel disse: "Tamo quase lá."
Hel era uma águia alto como um arbusto de um metro. Carregava uma bolsa transversal.
Eu era um pouco menor que ele.
Eu disse: "Por que não conta para mim agora?" Eu disse.
Hel disse: "Espera mano."
Ar fresco e úmido, o sol acariava meus pelos, o dia era confortável.
Vento empurrava meu rosto como se rejeitasse-me. Comum, no alto dessa ilha de pedra.
Descemos o morro até a costa, o morro tinha paredes de pedra nas laterais tão altas como árvores. Como se o morro fosse um desfiladeiro inclinado para baixo.
Espreitava à nossa esquerda o verde mar. Forçava sua presença em minha mente.
As rochas rachadas acima da costa perturbavam-me. Iam desmoronar em nós.
Algo do mar disparou até mim, deitei-me por reflexo, um alto estalo quebrou em uma das rochas.
O que eu desviei foi... um braço pálido e cheio de furos, senti um frio na espinha. Tínhamos que ser rápidos. Sem dúvida, um monstro vinha.
No mar, farpadas eram madeiras. Tão farpadas. Podiam expor os nossos ossos. fez-me afastar-me do mar.
Alguns velames por lá. Sangue no oceano corria. Queria voltar. Mas não queria abandonar Hel, iria dizer para sermos rápidos.
Hel passeou para o iminente horizonte de água, sem uma preocupação no mundo.
As ondas molharam as rochas. Sua aura afogadora contaminou o chão da ilha.
Lá embaixo do oceano, exibiam-se figuras destruídas de prédios e construções.
Antigas cidades, antes habitadas por carros voadores, robôs, e muito mais, bem pelo menos era o que eu ouvi. Naquele momento? Só algas, peixes e... Monstros esperando qualquer um.
Era o resto do que aconteceu em 19 de maio. Mas ninguém falava sobre isso.
Meu pai morreu pelo que aconteceu, porém eu não me lembrava de nada, pois minha mãe estava grávida de mim.
Por anos quis saber o que aconteceu, mas desisti, ninguém me diz, sempre que pergunto falam que se esqueceram ou tem medo de falar.
Pensava que os que esqueceram mentiam, até ouvir que era possível ter amnésia por um trauma e que as pessoas que tinham podiam esquecer até quem elas eram.
Hel disse: "Ei mano, chega mais."
Chegar perto do mar era a última coisa que queria fazer, mas iria terminar com isso rápido para sairmos juntos.
"Vamos depressa, eles estão vindo."
"Tá vendo aquele Aspirin?"
Aspirin era um animal e o meio mais seguro de viajar no mar.
Só via oceano. Provavelmente, porque os olhos dele permitiam ver longe.
Eu disse: "Não, por que isso importa?"
"Tão levando pra Safir agora. É a nossa chance."
A única cidade que nenhum monstro pisou, Safir, tentador quando eu falava assim, mas quando eu falava do caminho até ela... Não era tão tentador.
"Nem fodendo, aqui já está bom."
"Mano, quanto mais cê adiar, mais difícil vai ser."
"Não importa." Andei para longe.
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Oceano de garras [ Concluído ]
FantasyPREMISSA Dois amigos encontram um caminho até a cidade mais segura, eles navegam o mar cheio de monstros carnívoros pra chegar nela, para nunca temer por suas vidas na segurança da cidade. SINOPSE Strive é um anão covarde que vive em um mundo inunda...