Capítulo 1

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Ano de 2500.

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As duas palavras que piscavam em um dos monitores do laboratório especial localizado a quilômetros abaixo do que um dia foi o segundo maior prédio da América Latina, o Mirante do Vale, na antiga cidade de São Paulo. O local sigiloso e desconhecido por quase todo o mundo encontrava-se vazio. Acima dele, ficava a primeira sede do CAH, Centro de Aperfeiçoamento Humano, desativada e migrada para o litoral paulista devido à sua proximidade com o mar. Com os avanços nas tecnologias de transformar água marinha para potável, houve a necessidade de migração.

A porta do local foi explodida com uma carga de explosivo plástico modelado, comumente usado em pequenas explosões controladas pelas forças armadas, com o intuito de entrar em lugares hostis e com pouca informação. Através da porta aberta, indivíduos vestindo o mais alto e complexo traje de policarbonato entraram.

Os trajes composto por um sistema de filtragem de ar e ventilação individual, iluminação e isolamento térmico, uma estrutura reforçada e articulações flexíveis, garantem a proteção necessária contra qualquer tipo de microrganismo e capacidade de manter o humano seguro em altas concentrações de radiação.

Coronel Bernardo adentrou, verificando todo o ambiente escuro com seu capacete equipado com visão noturna. Após ter a certeza de que nenhum inimigo estava à vista, ele liberou sua equipe. Gostava de fazer a varredura, mesmo tento um sinal positivo dos robôs rastreadores.

Os outros quatro integrantes da equipe Silver, com armas em punho, vasculharam o prédio acima e liberaram cada setor até chegarem ao final da grande sala. Eles se comunicavam por sinais de mão e falavam apenas o estritamente necessário.

Antes da entrada da equipe, pequenos robôs haviam vasculhado o ambiente a fim de encontrar qualquer tipo de armadilha ou explosivo.

— Tudo limpo, Coronel, — informou Olivia, tenente e segunda no comando da equipe Silver, através do comunicador, por dentro de seu capacete, o sistema inteligente testou o ar ao redor, verificando a qualidade do ar, apesar de estarem em uma zona segura, dentro de uma redoma, ainda poderia ter alguma partícula no ar, nociva a humanos.

— Quilian, estabeleça a energia do lugar, — ordenou Bernardo. — Gia, encontre a fonte biológica indicada pelos robôs de escaneamento.

— Já encontrei, Coronel, — comunicou a mulher com voz sem emoção. Os combatentes tomaram um composto que alterava o córtex pré-frontal, o sistema límbico e o hipotálamo, partes do cérebro responsáveis pelas emoções, antes de entrar em qualquer missão. Isso garantia que eles se mantivessem o mais focados possível na missão e terminassem com todos os companheiros vivos. — Temos um humano em animação suspensa.

Gia observou atentamente os monitores ao lado do cilindro vertical preenchido com um líquido que fornece hidratação e nutrientes necessários à pele humana. Os sinais vitais indicavam que a paciente estava estável, com uma frequência cardíaca de 80 bpm e uma pressão arterial de 120/70. Em outro monitor, as ondas cerebrais mostravam que a paciente estava viva e em contenção.

A mulher, conectada a um ventilador mecânico, com eletrodos fixados na cabeça e tubos para alimentação, os cabelos flutuando ao seu redor. Ela flutuava desacordada enquanto monitorada pelos equipamentos. No entanto, um alerta piscava em outro monitor, indicando que a sala havia sido comprometida e precisava passar por um processo de descontaminação e novo isolamento hermético para manter a segurança da paciente.

— Uma mulher chamada Hope, trinta e cinco anos... — Gia hesitou. — Aqui diz que o procedimento foi concluído.

— Que procedimento? — Bernardo perguntou, enquanto as luzes se acendiam.

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