23 de março de 1964

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Olá querido diário.

Mais cedo,eu vi a minha mãe arrumando as malas dela,havia colocado algumas roupas e objetos da nossa casa e pediu para que eu arrumasse as minhas também. Quando eu cheguei ao meu quarto,no começo,eu fiquei feliz em saber que a gente iria se mudar daqui,e fiquei imaginando aonde iríamos morar,mas no momento que eu liguei o rádio do meu quarto,para me distrair um pouco,toda essa felicidade sumiu como um passe de mágica.
No rádio estava dizendo que daqui a duas semanas,serão lançadas 258 bombas de matar pessoas aqui na cidade,e que ela será completamente destruída,ou saíamos daqui ou morreriamos bombardeados.
Eles vão destruir tudo...toda as pessoas...toda a minha infância...toda a minha vida...será acabada em um estalar de dedos.
Dessa vez eu não chorei como todas as outras vezes,não me perguntei o porque eles nos odeiam tanto,apenas terminei de arrumar as minhas malas,deixei elas no canto do meu quarto e fui pra fora de casa.
Eu não pensei em mais nada,apenas,andei pelas ruas da cidade,como um sinal de despedida. Eu   observava todas as casas,as lojas,a praça principal...tudo aquilo que eu estava vendo,não irá mais existir existir,então tinha que aproveitar o máximo que eu podia.
Fui até a casa de Letícia e de Helena,para avisar à elas oque irá  acontecer,e como eu imaginava,elas ficaram apavoradas com a notícia, mas para tentar acalma-lás,eu falei para às duas que iríamos fugir juntas,eu não vou deixar-lás aqui pra morrer.
Quando eu voltei pra casa,mãe disse que na semana que vem iríamos ir embora,não estava preprarada para oque estava por vir,espero que a gente sobreviva.
E é claro que você também vai comigo diário,você foi onde eu escrevi toda a minha história durante esses últimos meses,agora você faz parte da minha vida,como se você fosse um pedaço de mim,não irei te deixar aqui.

Até mais diário.


Diário de Emily RoseOnde histórias criam vida. Descubra agora