Illicit Affairs

Consequências

Yoongi respirou fundo várias vezes, esforçando-se para se concentrar nos drinks que preparava para os clientes, entretanto, seu maldito cérebro não cansava de reproduzir imagens falsas sobre o desgraçado do Kim ficando com Hobi. Só de imaginar a cena sentia seu estomago embrulhar. Ele conhecia Taehyung bem demais para saber que sim, ele era capaz de ficar com Hoseok apenas para provocá-lo, só para esfregar na cara dele que tinha mais "atitude". Ele era uma merdinha odiável.

Ele passou a noite inteira procurando pelo primo, frustrando-se ao constatar que ou ele tinha ido embora ou tinha ido para algum canto com o seu pior inimigo. Isso o levou a deixar o balcão, avisando a Pearl que deveria voltar dali há alguns minutos, em seguida, perambulou por toda a balada a procura de qualquer um dos dois, antes de, finalmente, decidir ir procura-los no banheiro masculino.

Uma pequena e idiota parte de si torcia para que o Kim não fosse tão escroto e desgraçado a ponto de ficar com o homem que ele desejava, contudo, uma parte ainda maior estava esperando ansiosamente para flagrá-los de uma vez, já que isso claramente era algo que ele faria. Seria esperar demais que ele não fosse um talarico de merda.

Ele tentou abrir a porta do banheiro, constatando que a mesma estava trancada e suspirou nervosamente antes de tirar um molho de chave que tinha no bolso. Ele destrancou a porta rezando para que fossem outros caras ali, que fosse dois caras desconhecidos...

Engolindo em seco, ele sentiu as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto. Taehyung e Hoseok beijavam-se prensados a parede, envolvidos demais para perceberem que estavam sendo observados. Yoongi murmurou inúmeras pragas sobre o Kim e então voltou a trancar a porta do lado de fora, chorando compulsivamente.

Ele amava Hoseok desde os seus malditos treze anos de idade. Tinha descoberto que era homossexual por causa dele; ficava completamente sem jeito na presença dele e sentia uma vontade surreal de beijá-lo e de abraça-lo. Ele era a razão para o seu primeiro grande gay panic da vida. Não era justo que estivesse beijando aquele ser humano desprezível e completamente odioso do Taehyung, porra. Era para estar beijando ele, ele, Min Yoongi, que o amou secretamente durante todos esses anos.

—Yoon? Está tudo bem com você?

Ele escutou a voz do irmão mais novo, Jimin, que por algum motivo tinha achado uma boa ideia desobedece-lo e estava ali, no local onde ele trabalhava, o flagrando chorar igual um babaca.

—O que aconteceu?

O Min mais velho apenas respirou fundo, enxugando as lágrimas.

—Maninho...

—Ji, só me deixa ta? Eu não to bem. Nós nos falamos depois.

Dito isso, afastou-se do irmão caçula e caminhou até o balcão, avisando a Pearl que não estava se sentindo bem e que iria embora. Apesar de confuso e ligeiramente preocupado, o outro barman não se atreveu a fazer muitas perguntas, limitando-se a concordar e a desejar melhoras para Yoongi, que se apressou para fora da balada.

(...)

Batidas furiosas na porta acordaram Yoongi de um profundo e delicioso sono. Claramente confuso e desnorteado, o barman esfregou o rosto entre as mãos, correndo descalço em direção as escadas e posteriormente até a porta para abri-la e se surpreender ao se deparar com os olhos castanhos faiscando e o maxilar trincado.

—Qual é a merda do seu problema? — Taehyung praticamente berrava. O Min fez uma careta, evidentemente confuso, afinal, tinha acabado de acordar.

—O que foi?

— Essa foi uma das coisas mais baixas e desprezíveis que você já fez em toda a sua vida, Min! Porra! Não acredito que você ligou para o meu chefe do shopping falar que eu vou trabalhar vestido de Papai Noel completamente bêbado!