C: Sua blusa, Normal People e nossa futura casa

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Eu não sei o que estou fazendo aqui. Não sei o que te escrever, só sei que precisava disso. Hoje encontrei aquela sua blusa, aquela verde, sabe? "Não sou sua princesa", é o que está escrito. Peguei ela, deitei na cama, e você não faz ideia da tamanha felicidade que senti ao cheirá-la e sentir teu cheiro. Teu cheiro, suave e delicado, ainda presente, mesmo que pouco agora que cheirei ela toda. Te tive comigo por  mais algum tempo em minha cama. Isso mudou meu dia, provavelmente o resto da minha semana. Te devolvo ou não? Prefiro que não... Não por enquanto. Não sei se é certo, a blusa é sua. Pensando bem, vou devolver, mas agora não.

Acabei de assistir um vídeo de "Normal People" e esse vídeo meu deu um gatilho na mesma hora. Precisava escrever sobre você. Amo teu jeito de rir, teu jeito de brincar, teu jeito de sorrir, teu jeito de me acariciar. Amo teu abraço, amo teus cabelos, amo teu cheiro... Te amo por inteiro. Ao mesmo tempo me odeio. Odeio que não quis voltar mesmo te amando. Odeio que fui maduro. Odeio que chegamos ao fim. Odeio que se eu pudesse te ter por um minuto que fosse, preferiria não. O minuto seguinte nos esmagaria. Queria ter te colocado na minha posição. Queria ter proposto uma volta e queria que você tivesse dito não. 

Claro, largaria tudo para que pudesse te beijar toda noite, mas não poderia. Não posso. Sonhei contigo essa noite, na anterior, e na anterior também, e assim sucessivamente. Quando penso em meu futuro, você sabe, quero uma família. Filhos, cachorro e você como esposa. Não quero outra mulher, não vou amar outra mulher, e não vou sentir por ninguém um terço de tudo o que senti por ti. 

Te dei meu coração e não tenho coragem de pedir de volta. Além do mais, não aceito devolução.  É curioso como Marianne e Connell sempre foram nosso casal favorito (junto com Pam e Jim), pela identificação que sentimos por eles. Assim como eles, passamos a vida nos encontrando e desencontrando há todo instante, e eu sei, eu sei que eu disse que você não deveria se agarrar há uma possibilidade de um reencontro porque isso atrasaria seu processo de cura (e atrasaria mesmo), mas não consigo encarar essa situação como um fim definitivo. Prefiro um até logo... Distante talvez, mas não deixa de ser um até logo. Digo isso porque vou seguir meus sonhos. Vou ter meu trabalho, meus livros, minha casa, e você, a  Mulher da Minha Vida, e a Mãe dos Meus Filhos. Tem que ser você. 

Eu juro, C, não posso fazer isso sem você. Não quero. Quero dormir abraçado contigo, e quero preparar seu café da manhã. Quero noite de filmes (a gente reveza, meus filmes chatos e seus filmes bestas), quero tarde da leitura, fim de semana de viagem e todos, todos os dias eu quero teu chamego. Dói muito saber que por agora acabou, mas ninguém sabe mais sobre as surpresas do futuro que o nosso amor. E quando me perguntarem quem foi meu primeiro amor, quero segurar tua mão e dizer que "A 'C', minha esposa, foi meu primeiro amor" e contar a história mais linda que terão a chance de ouvir. 

Não te peço que me ame por agora, na verdade, prefiro que me esqueça. Um dia, quando for a hora, quero que se lembre de tudo, aí então, estaremos prontos para tentar novamente e dessa vez não existirão mais desencontros. Viva sua vida, me esqueça, tenha novas experiencias e seja sua versão mais feliz. Ficarei aqui te aguardando. Aqui na nossa futura casa. Vou cuidar do jardim para que ele não perca a beleza, limparei os móveis e de vez em quando ouvirei uma música. Aqui, a porta estará sempre trancada, menos para você, para você ela estará sempre aberta. Quando estiver pronta, volte para a nossa futura casa, estarei esperando por você. Eu, as crianças e o cachorro. Te amo infinito, pois mesmo depois do fim, nosso amor continua.

Com amor infinito, Gabriel seu mozy. 


Marianne e Connell; C e GOnde histórias criam vida. Descubra agora