3

5 1 0
                                    

Me aninhei em seu colo assim que cheguei. As chaves tinham sido jogadas na mesa de centro logo quando me percebi sendo aquecida por ele ali, ele era como um cobertor quentinho, sempre se oferecendo pra um momento de descanso e sossego. E o perfume recém passado em seu pescoço me fez suspirar.

— Posso te relaxar ou quer fazer alguma coisa antes? — Ele me perguntou. Senti seu olhar, mesmo que eu estivesse com o rosto escondido em seu pescoço.

— Posso ajudar em alguma coisa? — Ele negou enquanto me carregava pra algum lugar. Uma de suas mãos estavam passando por baixo do meu braço enquanto a outra na dobra de meus joelhos.

Fui colocada na cama, a mesma onde o teclado dele já estava. Algumas outras coisas eu não quis reparar porque me concentrei no rosto dele mais uma vez. Percebi que, se estivéssemos no renascimento, a forma como eu poderia capturar a beleza de sua pele beijada pelo sol, a boca avermelhada que me convidava para um beijo e os pequenos retângulos que sua mandíbula formavam dariam uma belíssima obra.

E eu quis ter o dom da pintura. Queria poder misturar tantas tintas como eu conseguisse, apenas pra expressar e demonstrar como eu o enxergava. Mas permiti que ele me deixasse quieta em sua cama, aceitei aguardar longos segundos enquanto ele buscava alguma surpresa e sorri com a inesperada bandeja de café da manhã que ele tinha preparado.

Daquela vez, enquanto eu comia, com a atenção presa às minhas duas coisas favoritas, ele se manteve tocando pra mim, daquela vez, reconheci Bella's Lullaby. E percebi meus olhos marejarem completamente conforme ele tocava. As borboletas reataram em minha reação, e percebi que meu sorriso estava receoso — mesmo que por dentro eu estivesse brilhando de alegre.

— Você gostou?

— Como lembrou da música? — perguntei tirando a bandeja de entre nós dois.

— Sou um bom namorado. Eu quero te fazer feliz, lembra quando te pedi em casamento na sua porta e você sorriu?

E anuí pra que ele soubesse que sim, eu lembrava.

— Você já me pediu em casamento algumas vezes. — consegui falar com um sorriso.

— Depois de ficarmos noivos, vou fazer um desse novamente. Só que você não vai saber dia, nem hora, nem lugar.

Ele brincou com um sorriso nos lábios. Lembrei de Rhysand com aquele ato.

Mas ele era meu. O que o tornava perfeitamente mais bonito que os machos feéricos.

— Encontrei sua lista de coisas favoritas. E sem querer acabei copiando-a pra mim.

Ele disse.

— Amou? — Ele perguntou novamente, como sempre fazia.

— Você? Sim, eu te amo.

Três Coisas que Amalie Harris Não FaziaOnde histórias criam vida. Descubra agora