Ele é um anjo da pequena morte

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Libras é uma segunda língua e ela está sujeita a variações dependendo da localidade. Embora a história se passe no Japão, os exemplos que utilizei está de acordo com a norma brasileira — sei muito pouco de libras, então utilizei alguns sites e aplicativos como referência, portanto, algumas descrições podem estar erradas ou incompletas. Caso note isso, por favor, avise gentilmente que farei novas pesquisas e farei a modificação. Grata.

III — Deposite seu amor em mim

Izuku estava coberto de suor e outros fluidos quando acordou na manhã seguinte. O corpo de Bakugou estava quente e adormecido ao seu lado, a cabeça deitada sobre seu braço esquerdo, agora dormente. A feição relaxada era completamente diferente da carranca usual; o pequeno biquinho que seus lábios pressionados formavam era, sem dúvidas, uma significativa mudança de ares.

O vinco entre as sobrancelhas estava desfeito; agora, dormindo pacificamente, ele também não parecia com o ômega que quase tinha implorado para ser criado.

Não havia dúvidas que as três facetas de Bakugou havia sido esculpidas com o mesmo pincel utilizado para desenhar os anjos — embora este anjo em específico, fosse percussor do caos e o provável motivo de sua morte. Os romancistas, poetas — ou até mesmo aqueles que tinham uma veia de romance, mesmo que minúscula, habitando em seu corpo — concordariam que, se fosse possível morrer de amor, seria a morte mais bela e trágica já presenciada.

Felizmente, ele passou o resto da madrugada dormindo pacificamente — sem nenhum pico de calor para obstruir seu ciclo de sono. Ele também parecia muito distante de acordar, se os pequenos roncos e lufadas de ar que soltava de vez em quando for algum indicativo. Izuku saiu com cautela da cama; ele ainda podia sentir o material um pouco úmido; o slick de Bakugou, suor e pré-gozo haviam encharcado todo o lençol.

Aproveitou a oportunidade para colher suas roupas do chão e dobrá-las; foi até o banheiro no corredor, tomando o banho mais rápido que pôde; manteve a porta do banheiro e quarto abertas, — assim seria mais fácil de correr caso o ômega acordasse de repente. Vestiu a mesma calça-bermuda que lhe foi oferecida na noite passada e encarou seu reflexo no espelho. Seu rosto demonstrava alguns sinais de sono, mas, considerando que aquela era a primeira noite, sabia esta seria uma visão comum ao longo da semana.

Bakugou era um ômega terrivelmente territorial durante o cio; as marcas de chupões e mordidas eram bastante óbvias em seu pescoço.

Ele lembra do choque na primeira vez em que se encarou no espelho após dormir com Katsuki; havia uma marca profunda de dentes acima de sua glândula odorífera, forte o suficiente para durar alguns dias e forte o suficiente para manter seus pensamentos ocupados com a possibilidade — e se fosse alguns centímetros mais abaixo? Ele teria sido marcado? Bakugou deixaria marcá-lo, ou romperia o vínculo?

Ele também se lembrava do próprio sentimento de satisfação quando notou as próprias marcas no corpo dele. Algumas mordidas espalhadas pela nuca e uma ainda mais ousada na nádega direita. Por dias a fio, Izuku observou com satisfação silenciosa Bakugou tendo dificuldade para se sentar corretamente.

Marchou para a cozinha.

Tal como havia dito, tinha algumas comidas congeladas dentro da geladeira — a maioria caseira. Em outra ocasião, teria conseguido aproveitar melhor o arroz com wakami e a sopa de missô com vegetais, mas sua mente estava preocupada com a viabilidade de Bakugou acordando inesperadamente; sem Izuku ao lado, o ômega poderia acordar estressado, ou, na pior das hipóteses, com o sentimento de abandono crescendo ao lado esquerdo do peito.

Izuku ficou tentado a deixá-lo dormir um pouco mais, mas era 09:40 da manhã. Embora fosse domingo e em outra ocasião ele realmente pudesse deixá-lo dormir até tarde, Bakugou ainda precisava estocar energia/carboidratos para as próximas horas.

Coloque todo seu amor em mim || DKBKOnde histórias criam vida. Descubra agora