Coloque todo seu amor em mim || DKBK

Fresco dos campos, todo perfumado e fértil

Libras é uma segunda língua e ela está sujeita a variações dependendo da localidade. Embora a história se passe no Japão, os exemplos que utilizei está de acordo com a norma brasileira — sei muito pouco de libras, então utilizei alguns sites e aplicativos como referência, portanto, algumas descrições podem estar erradas ou incompletas. Caso note isso, por favor, avise gentilmente que farei novas pesquisas e farei a modificação. Grata.

IV – VOCÊ É TUDO E TUDO O QUE APRENDI, MUDOU

Eles não conseguiriam manter em segredo mesmo se quisessem; eram figuras públicas, afinal. Para todos os lugares que estivessem, haveria uma multidão de repórteres observando seus passos; a maioria esperando o menor dos deslizes.

Embora fossem expertes em manchetes sensacionalistas, isso não os tornava os únicos responsáveis pela ideia de manter o relacionamento o mais privado possível enquanto pudessem. A própria fanbase de heróis era quase impossível de driblar, e a pequena minoria que eram contra eles era ainda mais difícil de agradar. O que podiam fazer, no entanto, era aproveitar a então privacidade que teriam antes que descobrissem que o Símbolo da Paz e o Herói Número Dois tinham se tornado um casal acasalado.

Não havia necessidade de comunicar a mídia que estavam se cortejando — era um ritual privado, apenas aqueles que estavam envolvidos (com a exceção de uma pequena minoria) deveriam saber.

Estiveram fazendo isso ao longo dos anos de maneira inconsciente, assim Bakugou pensava. Ele esteve alheio a esse fato durante os anos iniciais; não por se tratar de Deku, e, sim, porque rituais de namoros ou qualquer outra atividade que não fosse relacionada a seu futuro como Herói, não eram importantes o suficiente para ocupar seus pensamentos. Isso, no entanto, não dificultou sua decisão quando a consciência o atingiu; uma epifania quando os olhos de Deku cruzaram os seus, dias atrás.

A naturalidade de sua dinâmica tornava a aceitação dos fatores incrivelmente fáceis, de forma que, o ritual de cortejo; presentear, convidar para passeios e a marcação de cheiro, não durou mais do que três dias. Seja por destino, ou qualquer outra força natural que determinaria o futuro de alguém, havia um entendimento mútuo — por mais crédulos que fossem — que seu alfa e ômega interior estavam conectados e indiferentes quanto a ideia de outra pessoa.

Isso não significava que haviam parado com as pequenas gentilezas; a mordida na glândula odorífera direita do pescoço serviu apenas para afirmar o que já sabiam.

Bakugou continuou alimentando Deku com algumas refeições que ele mesmo cozinhava em sua casa, o que, consequentemente, tornou as visitas a casa dele mais frequente. Antes a presença de Izuku estava limitada a sala, cozinha e banheiro, agora o cheiro de pinho e sândalo estava impregnado nos cantos mais desertos da casa — uma vez Bakugou o acusou de ficar se esfregando em seus móveis pela intensidade dos feromônios. Mesmo quando passava semanas inteiras sem visitá-lo, o cheiro de Deku era potente e persistente em seus lençóis. Bakugou adorava; reclamava por mera casualidade, mas via-se correndo para sua cama quando estava particularmente estressado.

Lá seus cheiros estavam tão misturados que é quase impossível saber onde o cheiro de Izuku começa e o de Bakugou termina.

Adiar o anúncio possibilitou que ambos aproveitassem a primeira fase do relacionamento — também conhecida como fase da lua de mel, sua mãe havia lhe dito uma vez. Ele duvidava que nada das fases seguintes fosse capaz de separá-los. Era nesses momentos que, o fato de terem demorado para acasalar, soava como uma vantagem.

Cada momento com Bakugou era memorável a sua maneira — ele poderia listar todas as grandes decisões que tomou ao longo de sua vida sob influência do ômega —, de forma que ele não se ressentia ou ligava para demais opiniões sobre como deveriam ter feito há muito tempo. Era piegas apenas de pensar, mas Izuku sentia-se imensamente grato por todas as fases, de altos e baixos, que haviam passado.