Capítulo 2 - Um Castelo Abandonado

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–É isso? Estamos no lugar certo? – Ponderou Mateo, o primeiro a se aproximar do portão, descansando ambas as mãos sobre a cintura.– Erramos o caminho?

–Eu... Eu creio que não. – Morgana abriu o mapa e mostrou para Mateo, rodaram o mapa várias vezes como se tivessem lido ele completamente errado esse tempo inteiro. – Está tudo correto, esse é o lugar...

Morgana se aproximou das raízes enormes que abraçavam o portão como correntes e tentou puxar, sem sucesso. Mateo e Alice fizeram o mesmo, mas nem a força dos três conseguia arrancar o enorme braço de raiz do caminho, espadas e machados também foram inúteis, não penetravam a fibra dura e a cada golpe sentiam o recuo das armas, como se estivessem batendo em metal.

–Você não pode usar magia pra resolver isso? –Perguntou Mateo, cansado de repetir o mesmo movimento com a espada até ter um novo resultado. - Fogo?

–Eu posso tentar algo, mas vocês vão ter que esperar alguns minutos. – Morgana puxou seu grimório e começou a folheou rápido entre as diversas páginas, aos olhos daqueles que não estavam acostumados, a maga parecia estar adentrando um novo mundo.

–Eu no ten'o tempo pa'ra isso. – Alice jogou a mochila com todos os pertences do grupo no chão e abriu um dos zíperes mais baixos, remexeu entre alguns objetos, jogou alguns pinceis e uns jarros para o lado até encontrar um pequeno frasco cilíndrico transparente bem fechado. Um líquido vermelho borbulhava no interior. – Isso vas funcionar. – Arrancou com os dentes a tampa e deixou o forte cheiro infestar o cenário. – Uns pas'in'ios pa'ra ta'rás po' favo'

–O que você vai fazer? – Morgana coçou o queixo e se atentou às ações da menina, curiosa e relaxada.

–Sim, o que você vai fazer?– Já Mateo era o contrário, estava alguns passos de arrancar alguns cabelos da cabeça, não gostava das surpresas da pequenina.

–As'sista. – Agarrou a mochila e correu para atrás em alguns metros para arremessar o frasco que era pouco maior que sua mão para cima, em direção do portão. A maga não saiu do lugar, mas cavaleiro já havia se enfiado atrás de uma árvore. O frasco voou alto, o mais alto que parecia possível jogar, por um segundo as três cabeças ponderaram se em algum momento o vidro iria tocar o chão.

Mas não tardou mais do que alguns segundos e em enormes chamas, o frasco explodiu.

Não apenas o portão, mas também parte do muro em volta foi pego numa enorme explosão. A madeira queimou rápido, os pedaços que não queimaram foram arremessados para todos os cantos, um caindo ao lado da maga, onde antes estava Mateo. Os pedaços de raíz também foram afetados pelo fogo, arremessados para diferentes cantos da floresta, entretanto, nenhum chegou perto de tocar Morgana, como se tivessem especificamente desviado para erra-la, que em momento algum havia se movido. Esperaram a cortina de sujeira e fumaça se dispersar antes de tomar um momento para apreciar a obra de arte que havia sido criada.

Onde antes se mantinha alto um muro que escondia os interiores de um castelo, agora era apenas um monte de pedras e raízes espalhadas por um jardim tomado por plantas que invadiam o espaço do castelo. A grama alcançava até a altura dos joelhos, como se estivesse meses sem o toque de um jardineiro. As paredes do castelo eram tomadas por musgo e flores, enfeitando a parede cinzenta em um florido arco íris de cores.

–Ush'kah! –Alice deu o primeiro passo, pulou sobre algumas pedras e caiu sobre a grama gigante, chegava a tocar seu peito. – Vão ficar ai?

Morgana seguiu e Mateo foi atrás, rapidamente puxou a espada da bainha e manteve–a em mãos, começou a andar para frente em passos longos e furtivos, sempre prestando atenção aos arredores. Morgana e Alice entretanto, não apresentavam a mesma preocupação.

Aéden: A Fúria da DríadeOnde histórias criam vida. Descubra agora