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O meu pai é farmacêutico. É dono de duas lojas, uma na cidade, a Danzinger's Drugs, e outra em Cranford, a Danzinzer's two. É também um adepto da atividade física. Faz exercício num ginásio quatro vezes por semana e joga tênis todas as manhãs, das 7:30h às 8:30h.
A minha coordenação física deve vir dele. Jogo tênis desde os oitos anos. Jogo razoavelmente bem. Um dos objetivos da Jamie é jogar tão bem como eu, apesar de ela ser um pouco desastrada em desporto. Acho que ela se devia limitar áquilo que faz bem. Não se pode ser bom em tudo. Eu sei que é complicado querer ser bom em música e em arte, como a Jamie. Eu sou realista em relação às minhas limitações. Acho que devemos todos ser.
O meu pai está sempre avisar a minha mãe que se ela começa a fazer exercício físico, rapidamente as suas coxas vão começar a ficar flácidas. Não estou a ver a minha mãe a ter, seja o que for, flácido, mas aqui há uns meses atrás ouvi uma amiga dela divorciada a dizer-lhe: " Devias tratar de ti, Diana. O Roger é muito atraente e está naquela idade perigosa. " " Não digas disparates. " respondeu a minha mãe. Mas lembro-me que, quando eu tinha nove anos e a Jamie quatro, tivemos uma babysitter que gostava do meu pai. Mal os meus pais saíam de casa, ela corria para o seu armário e remexia as suas coisas, chegava até a cheirar algumas delas. Eu disse á minha mãe e a rapariga nunca mais tomou conta de nós.
Nas férias de Natal, quando as nossas lojas tem um movimento fantástico, eu dou uma mãozinha a vender cosméticos e a Jamie embrulha prendas. Não imaginam a quantidade de pessoas que compram prendas á última da hora. Levam quase tudo o que conseguem agarrar.
Em janeiro, o negócio abranda e no fim do mês os meus pais tiram férias, habitualmente vão até ao México.
Nessa altura, os meus avós costumam ficar a tomar conta de nós. São os pais da minha mãe, os do meu pai já faleceram. A minha avó, Hallie Gross, já concorreu a um congresso, mas perdeu. Ela e o meu avô tem um escritório de advocacia em Nova Iorque. Desde que o meu avô teve trombose nunca mais lidou com casos, mas ainda vai ao escritório todos os dias. O meu tio Howard, que é o irmão da minha mãe, é que toma conta dos negócios. A minha avó anda demasiado ocupada com a política, com o Centro de Planeamento Familiar e a NOW [ National Organization for Women: Organização feminista Americana. ] para receber clientes. Nem acredito que ela tem quase setenta anos.
Na noite antes de irem de férias, os meus pais disseram que eu podia convidar amigos para irem lá a casa. O Michael trouxe o Artie Lewin e eu convidei a Erica. Há uma coisa que tem de saber sobre a Erica: ela dá-se sempre bem com toda a gente. Podem arranjar-lhe caldinho com o pior tipo do mundo que ela age como se fosse alguém especial. Isso não quer dizer que ela curta com ele, mas a Erica consegue sempre arranjar tema de conversa, e o rapaz acaba sempre por lhe telefonar para estar com ela outra vez. A minha avó diz que a Erica se sairia muito bem na carreira política.

O Artie era da minha altura, com um bom corpo, uns olhos bonitos e uns dentes magníficos. Era perfeito para a Erica, ela gosta de rapazes com uns bons dentes.
Sentamo-nos durante uns momentos a conversar. até que o Artie disse:
- Que tal um jogo de gamão?
- Não temos cá em casa.- respondi-lhe.
- Não te preocupes. - disse o Artie. - eu tenho o meu no carro.
- Trouxeste-o contigo? - perguntou a Erica.
- Eu trago-o sempre comigo... caso seja preciso.
- Caso seja preciso? - questionou a Erica.
- Caso não haja nada mais de interessante para fazer. Mas se não jogares gamão, tenho Monopólio, Cluedo, Yahtzee, Xadrez...
- Scrabble. - acrescentou Michael.
- Pois, Scrabble.
- Um jogo tradicional de viagem. - disse a Erica.
- Que dizem? - perguntou Artie.
- Gamão. - Respondeu a Erica.
- Fixe... Não se vão embora... Volto já.
Rimo-nos enquanto o Artie saiu a correr para ir buscar o tabuleiro.
A Erica é craque no gamão. Ela joga muito na ofensiva. Mas por volta das dez horas ela já estava a perder por dois jogos de diferença e o desafio estava no ar.
Eu e o Michael sentamo-nos no sofá. Peguei na mão dele e segui as linhas da sua pala com o meu dedo.
- Muito interessante. - disse eu.
- Lês palmas? - perguntou ele.
- Por vezes.
- O que vês?
- Uma longa linha da vida... é bom. E aqui vejo um rapariga de cabelo castanho...
- Eu também vejo. - disse Michael olhando-me nos olhos.
Senti um nó no estômago. Cheguei-me tão perto dele quanto possível. Posei a cabeça no seu ombro e segurei-lhe na mão. Ele pôs o braço á minha volta.
As dez e meia convencemos o Artie e a Erica a fazer uma pausa para irmos comer uma pizza e quando voltamos os meus pais já se tinham ido deitar. O Michael ateou o fogo na salinha e apagamos as luzes. A Erica e o Artie sentaram-se juntas numa cadeira de baloiço, mas passados alguns minutos levantaram-se e foram para a outra sala, fechando a porta atrás deles.
- Adoro o teu cabelo. - sussurrou o Michael, afundado a cara nele. - Cheira sempre tão bem.
Beijou-me as orelhas, o pescoço e os lábios. Depois levantou-se e atravessou a sala.

O QUE IRÁ ACONTECER? AHAH XD
ESTÃO A GOSTAR? PRECISO DE SABER A VOSSA OPINAO MENINAS :( BEIJOO vc

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2015 ⏰

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