Na dança da vida, em contrastes ocultos,
Eu, a sombra, entre vós, luminares cultos.
Quando em sombras, vosso brilho resplandece,
Na queda, vosso voo ao alto me estabelece.No ritmo lento do meu passo incerto,
Vosso ágil movimento, destemido e asserto.
Em meu dilema, vossa decisão prevalece,
Enquanto na escuridão, vossa luz floresce.Desejos meus, não são vossos anseios,
Minha voz ecoa, enquanto a vossa se cala em receios.
Início interrompido pela vossa pausa fria,
E meu amor, rechaçado pela vossa frieza vazia.Sou o negro entre brancos, em joias raros posto,
Na tapeçaria da vida, sou o contraste imposto.
Mas ainda assim, nesta sinfonia dissonante,
Encontro beleza na minha existência distante.