MEU PREFEITO POSSESSIVO E GOSTOSO

LUÍS FERNANDO NARRANDO

Eu não entendi nada, mas assim que vi Safira desmaiando esqueci tudo o que meu irmão falou e peguei ela no colo saindo dali, consegui passar sem ser notado pelos convidados, graças a minha mãe que está fazendo um discurso.
Ordenei que meu carro fosse trago para a parte de trás da casa por conta dos jornalistas e fotógrafos, ia ser um escândalo, certeza que ia ser manchete "MULHER GRÁVIDA DO PREFEITO DESMAIA E ELE A CARREGA NOS BRAÇOS".
Trouxe ela aqui pro AP e pedi que um médico viesse examiná-la, pelo o que parece ela teve um desmaio por excesso de emoções, estresse, sei lá.
Ele foi embora e eu tô aqui esperando ela acordar, mas as palavras do meu irmão não me saem da cabeça, porque ele disse que ela quis dar o golpe nele, como eles se conhecem? Será que antes de mim meu irmão andou frequentando a boate em que ela trabalhava?

Meu celular toca e eu vou atender na varanda para não acordá-la.

-Sim?
É o meu assessor.
-Que história é essa que está namorando? E que ela está grávida?
Mas que povinho fofoqueiro, meu Deus do céu.
-Primeiramente, boa noite, segundamente, isso já não desrespeito meu cargo de prefeito, é minha vida pessoal.
Porra tô de mau humor o cara ainda vem me encher o saco.
-Mas respondendo sua pergunta, não estou namorando, e nem ela está grávida.
-Mas viram você saindo com ela desmaiada nos braços.
-E daí? Uma mulher não pode desmaiar sem estar grávida?

Silêncio na ligação. Até que digo:
-Olha eu agradeço a preocupação com a minha imagem mas a noite foi um tanto conturbada e eu quero descansar, amanhã nos vemos no gabinete da prefeitura.

Desligo sem esperar resposta. Não to pra muita conversa não.

Ouço Safira falar. Não acredito que ela está reclamando de algo dormindo.

-Não, não, me solta
De novo esses pesadelos?
Vou fala com ela sobre ir em uma psicóloga, deve ser horrível não poder nem dormir em paz.

Ela abre os olhos assustada.
-Onde estamos? Como vim parar aqui? Cadê todo mundo?
-Todo mundo quem? O meu irmão?
Ela faz uma cara de espanto e eu percebo que falei besteira, porra tô com ciúme a essa altura do campeonato.
-Todo mundo a sua família, porque que eu saiba estávamos em um jantar com todos eles e não somente o seu irmão.

-Vai me dizer agora o que houve pra que ele agisse daquela maneira?
-Acha que dei motivos pra ele ser daquele jeito comigo?
-Não coloque palavras na minha boca, só quero saber o que realmente aconteceu. Já que você não teve tempo de explicar.

Ela parece pensar no que vai dizer e começa.

-Conheci ele em uma boate.
Só podia ser.
-Ele me chamou pra beber e eu fui
-Você flertou com meu irmão ?
-Eu não sabia que era seu irmão.
-Quando ele disse, você foi embora?
-não!
Eu não acredito nisso, o que é isso? Todas as mulheres têm tendência a traição? É o que ?
-Era só uma bebida, eu não ia transar com ele, ou nada do tipo.
Mas...
Tem mas? Ela transou com ele. Puta que pariu, me viro de costas já sentindo a raiva tomando conta de mim.
-Fala logo.
-Ele tentou me drogar.
Ela disse drogar? Ele ? Meu irmão?
Quê que isso?
Não, eu ouvi mal.
-Repete.
-Ele colocou uma droga na minha bebida, e eu vi. Por isso ele me acusou de fugir dele na boate.
O meu irmão, sangue do meu sangue, meu Deus, o caçulinha da minha mãe.

Me sentei em uma poltrona e fiquei em silêncio.

Isso não é possível, meu Deus, eu que odeio tanto gente dessa índole, tenho um irmão que droga mulheres pra transar com elas? Será que ele acha que não consegue pegar ninguém sóbria? Porque fazer isso?

-Luis Fernando?
Ouço ela me chamar mas fico sem silêncio.
-Eu acho melhor eu ir pra minha casa.
Eu não quero que vá, mas também quero ficar sozinho, preciso assimilar tudo isso.
-Eu sinto muito pelo o que o meu irmão fez com você.
Foi tudo que consegui dizer.
-Tudo bem, você não tem culpa de nada.
Ela se levanta e vai em direção a porta, não vá , fique comigo, era o que eu queria dizer, mas talvez nesse momento o melhor a se fazer seja isso.
Eu preciso de um tempo e ela também!
Então ela sai me deixando com meus pensamentos.

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(CAPÍTULO NÃO REVISADO)