Segundo Capítulo
Encontro inesperado...
O movimento da cafeteria está forte, por isso, não tive tempo nem para almoçar direito.
— Ei, Liz, me traz outro desse aqui — grita Josh, um dos clientes mais fiéis da cafeteria. Ele é alto, magro, está sempre por aqui e dá boas gorjetas quando está de bom humor.
São quase seis horas da tarde, meus pés já estão cansados e doloridos. Colocando sobre a bandeja outra xícara de café e o bule, vou até ele, que está folheando um jornal.
— Aqui seu café, Josh. É o terceiro hoje, hein.
— Eu já te disse que o seu café é um dos melhores.
Sorrio.
— Mesmo assim, café demais faz mal, quer que eu te traga um donuts? Quem sabe um pedaço de bolo? A Sara fez um especial hoje.
— Sim, um Donuts de chocolate seria ótimo.
— Vou buscar. Só um minuto. — Guardo meu bloco de notas no bolso da frente do avental xadrez, e limpo as mesas no caminho de volta até o balcão.
— Acho que só porque hoje é meu último dia ele está se arrastando mais — digo e Kevin, meu colega de trabalho, sorri. — Pega um donuts de chocolate aí para mim?
Enquanto ele vai pegar, me estico, ficando nas pontas dos pés. Essa bota já está ficando apertada no meu pé, está espremendo meu dedinho, mas por agora não tenho dinheiro para comprar outra, então coloquei alguns algodões dentro dela, para evitar o atrito. Bom, isso não está ajudando muito.
Kevin me passa o prato, que levo para o Josh, depois volto para trás do balcão. Escorada na parte de dentro, observo pelas grandes vidraças as pessoas passarem apressadas lá fora. Ainda está nevando um pouco, mas isso não as desestimula a fazerem suas compras, afinal só faltam algumas semanas para o Natal. Eu sempre achei essa época do ano um pouco mágica e ver tudo decorado alegra aquela menina que existe dentro de mim.
Será que Will ainda gosta do brilho das luzinhas nas árvores de Natal?
Ele costumava dizer que pareciam estrelas.
Como sempre, penso nele, imaginando como está, se ainda tem os mesmos gostos de antes. Nas fotos, ele parece tão frio e distante que nem parece o mesmo menino risonho que conheci e me apaixonei.
Será que ainda se lembra de mim ou de como me salvou?
Não. É claro que não.
Na verdade, o Will que conheci morreu no dia em que foi embora, e só o que restou dele são as lembranças. São elas que me perseguem por onde eu vá. É estranho ainda sentir saudades depois de tudo, mas eu sinto, e não querendo ser pega suspirando no trabalho novamente, foco em repor os doces que estão faltando na vitrine, espantando seu rosto dos meus pensamentos, porque a verdade é que acordo todos os dias acreditando que vou conseguir esquecê-lo e vou dormir pedindo para não sonhar com ele.
— O que você vai fazer nas férias? Vai viajar? — pergunta Kevin.
— Não. Nada de viagem.
— Que tal uma noite de jogo?
— Super topo.
— Vou falar com a Nat, então.
— Ok. E diga a ela que vou descontar o que ela fez da última vez.
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Eternos Apaixonados - Degustação
RomanceLiz não sabe quando se apaixonou por seu melhor amigo, Will. Talvez tenha sido porque eles se conheceram ainda crianças e no pior dia de suas vidas. Ou porque, depois de tudo, foi ele quem a salvou e eram as mãos dele que ela segurava todas as noite...