SEASONS | JINKOOK

Primavera.

Escrita por : vj_tobinha

Caro Seokjin,

Hoje moro sozinho. Depois que meu pai faleceu, a única pessoa que tenho é a Maji. Sua mãe é minha família. Adoro minha cama, na verdade tenho vários colchões largados pela minha casa, estranho, não? Mas não adianta ter vários colchões se na verdade não há ninguém para aquecê-los. Gostaria de fazer um teste comigo? Gostaria de aquecer meu colchão? Desde o dia em que nos beijamos e dormimos abraçados, não consigo parar de pensar em você. Não consigo parar de lembrar o quanto foi bom. Sei que é péssimo dizer uma coisa dessas, mas literalmente só penso em você o dia inteiro. De onde vêm esses pensamentos? Como posso fazê-los parar? Penso em como você é lindo e tento lembrar do seu cheiro. Droga! Queria me lembrar do seu cheiro. Gostaria de senti-lo mais uma vez. Então, se não for pedir demais, gostaria de te visitar. Posso te cheirar, Seokjin-ssi? Só para acabar com essa agonia que me assola todos os dias.

Já haviam passado dias no exército e o trabalho era duro. Seokjin conversava com alguns colegas, mas ainda assim ele era tímido e reservado, o que o fez sorrir ao ler a carta que tinha em mãos. Havia algo diferente em Jungkook que ele não conseguia decifrar, mas mesmo assim era encantador.

Seokjin lembrava da pele branca com tatuagens, cabelos escuros e longos, e olhos grandes; além de sempre sonhar com os músculos e o corpo atlético de Jungkook. Ele aparentava ser forte, o que causava arrepios em Seokjin.

A noite em que dormiram juntos foi... divertida? Sim, com certeza essa é a palavra. Eles não tinham ido além de alguns amassos, apenas beberam e acabaram caindo exaustos na cama, adormecendo profundamente.

A verdade é que Seokjin não gostava de relacionamentos, ele não era do tipo que se prendia a alguém, dependendo do amor mútuo. Ele se importava apenas com sua família e mais nada. Aos 30 anos, tinha certeza de que não precisava de alguém em sua vida, estava bem tendo encontros casuais quando precisava aliviar a tensão.

Na verdade, Seokjin se tornou muito reservado e fechado desde que descobriu a doença de Miju. Aos 23 anos, ele se tornou o irmão mais velho e assumiu todas as responsabilidades.

No entanto, Seokjin deixou sua reserva de lado em sua festa de despedida, em um momento olhava para Jungkook e, no outro, sentia-se terrivelmente atraído por ele.

Era o sorriso largo, o olhar penetrante, a sua beleza. Não era fácil esquecê-lo, principalmente quando ele escrevia cartas que deixavam as bochechas de Seokjin coradas, fazendo-o voltar ao dia em que Jungkook demonstrou interesse nele, e não apenas em sua mãe.

Pegou papel e caneta para responder aquela carta. O parágrafo que recebia do outro deixava sua vida no exército mais leve.

Seokjin passava horas lendo e relendo algumas cartas nos momentos de folga. Poderia parecer estranho e até patético, mas ele não se importava. Seu coração acelerava quando era o dia de entrega das cartas.

Somente Jungkook lhe enviava, Seokjin falava com Miju e seus irmãos pelo celular, havia um tempo limite para conversar com eles.

—Está tudo bem Hyung? — Jimin, um dos seus colegas de quarto apareceu sentando em seu lado. —Vai escrever para seu namorado? — apontou para uma foto caótica de sua família na cabeceira de sua cama, com Taehyung o beijando e Namjoon abraçando sua mãe.

—Quê? Não, não. Jungkook não é meu namorado. Nós só... nós só... conheci ele um dia antes de vir para cá.

Jimin se sentou em posição de lótus e Seokjin poderia jurar que havia brilho em seus olhos. Era a primeira interação que tinha com seu colega de quarto.