hoplomania | Mania ou obsessão por armas de fogo.
Rose não sabia ao certo porquê,ela apenas gostava da sensação fria do metal em suas mãos antes de um disparo.
𝘽𝘼𝙉𝙂!
A leve fumaça do cano da arma enquanto o mesmo estava esquentando pelo disparo...
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❛Nothing's new, nothing's new Nothing's new, nothing's new Nothing's new, nothing's new Nothing's new, nothing's new❜ —Nothing's New. [Rio Romeo.]
A chuva estalava ao entrar em contato com
o chão no lado de fora de sua janela,o vento uivava por entre as árvores,Rose batia os dedos ansiosamente na mesa.
TAP. TAP. TAP. Um ritmo instável,uma forma patética de aliviar sua ansiedade sem machucar a si mesma. TAP. Mais um de seus prazos de trabalho estava no fim e ela ainda não havia conseguido terminar.Patetico. Patética. Isso era o que ela era,o que ela sempre foi.O que ela sempre vai ser. TAP. TAP. Ela suspira,a foto de família na escrivaninha a encarando, zombando na cara dela.Todos tão felizes e sorridentes.Tão falsos.Isso era o que eles eram,Rose teve a amarga experiência de conviver com eles,estúpidos.Loucos.Problematicos.
A maçã não cai tão longe da macieira.
Ela dá um gole desesperado no café quente,como se a sensação de formigamento de sua língua queimada fosse a melhor opção para se manter consciente e funcional,agarrada ao presente e esquecer momentaneamente o passado.Ao menos ela não se agarrou a arma guardada na gaveta como uma maníaca. Uma pena que a sensação não durou muito,Rose piscou em direção a moldura no chão junto a cacos de vidro e gotas salientes de sangue manchando seu tapete colorido. Respirando fundo como se prendesse a respiração em um mergulho profundo,ela olha para sua mão,os nós dos dedos feridos,o sangue escorrendo por entre os dedos até a palma da mão de forma quase poética em seu ponto de vista.Ela ri sem fôlego e segura a mão perto de si,as unhas da mão intacta cavando uma ferida mais funda em sua pele morena,bem em cima dos machucados anteriores. Dói. O sangue escorre. Ela repete. E se agarra a sensação de dor. Pois é o que a impede de se lembrar da história por trás da foto,da moldura,dos sorrisos enjoadamente doces. Da arma em sua gaveta,a mesma que seu avô a ensinou a manusear. E ela riu.
