⋆་ Oneshots - QSMP ⋆་

Ohnanaduo 🩹

- Caralho você ainda não entendeu? eu não quero nada contigo cara, para que tu já ta passando vergonha continuando nessa - diz o homem mais velho de forma ríspida, sua voz era de alguém impaciente e levemente embriagado.

- Mas Philza... não é fácil assim, você é... especial? - O loiro mais novo responde, criando lagrimas ao redor de seus olhos - Eu nunca senti isso por ninguém, me da uma chance, você não vai se arrepender...

o cenário dessa discussão era uma boate lotada no centro de Montreal, era possível ver pessoas dançando e curtindo amontoadas em todos os cantos, luzes em tons frios se destacando em todo o local e música alta, fatores que só pioravam a comunicação dos dois naquela noite.

- Você corre atras de mim por todos os lugares, coloca a culpa em "coincidências da vida", me compra flores e manda entregar no meu quarto "anonimadamente", isso cansa mano, pela ultima vez, me deixa em paz! - ele cospe suas palavras, olhando Forever nos olhos, seu olhar não transparecia nenhuma piedade do mais novo.

e antes que o de cabelos longos respondesse, ele da meia volta e entra na multidão, levando uma garrafa de cerveja em uma das mãos, e na outra o coração partido de um jovem garoto.

A visão de Forever embaça, a música alta começa a doer em seu ouvido, ele não consegue prestar atenção nas pessoas ao seu redor, ele está perdido em si mesmo, oque o amor fez com ele? Oque ele se tornou? Sua cabeça gira, apenas ele sabe o quão focado estava em conquistar o coração do loiro mais Velho, onde ele errou? Até onde era o limite que ele ultrapassou? As dúvidas prendem sua respiração, por que ele é o errado? Por que a Vida o deixa sempre sozinho?

Em algum momento que ele não percebeu, enquanto dissociava em sua própria mente, ele chegou a entrada da boate; era uma madrugada fria e escura, as únicas iluminações vinham dos postes e da própria boate, uma noite sem lua, sem estrelas e nuvens, ele se sentou na calçada, com sua camisa social amarrotada e desabotoada na gola, seus olhos avermelhados pelo choro, cabelo bagunçado e um pouco grudado na testa, ele estava uma bagunça.

Minutos se passam, pessoas ao passar pelo local o encaram, algumas com dó, outras sem nenhum remorso, mas alguém para, o olha, e se senta ao seu lado.

- Se tá bem mano? - Um moreno de cabelo preso a um coque, vestindo um sobretudo preto e usando óculos escuros mesmo sendo próximo as 02:30 da manhã, o encara com preocupação - se perdeu o Uber? Brigou com a namorada?

- Por que pessoas se apaixonam? Por que elas sentem necessidade em serem desejadas por um ser específico? - o loiro que antes olhava para o chão, sem nem perceber com quem o indagava, agora olhava através dos óculos do homem ao seu lado.

- Ninguém tem a resposta disso não, pessoas se apaixonam pela adrenalina que é estar em um relacionamento, não pela pessoa ao seu lado, as pessoas se apaixonam pelo imprevisível - suas palavras soavam com sinceridade, como se aquela mesma pergunta já tivesse se passado na cabeça dele diversas vezes.

- Você me diz então que eu estava apaixonado pela chance imprevisível de conquistar ele? Todos os foras que eu tomei e continuei tentando, era porque no fundo eu gostava da sensação de ter outra chance de tentar conquista-lo? - sua fala saiu embolada, ele não conseguia juntar as peças de seu próprio quebra cabeça.

- Calma lá, você brigou com o namorado? Me conta essa direito - seus olhos alternavam entre o loiro e o céu em total breu.

- Não era meu namorado, a meses venho apaixonado por um cara que nunca me quis, ele nunca me deu esperanças, criei um mundinho na minha mente onde em algum momento se eu continuasse tentando, ele ia aceitar meu amor, iria ser recíproco, mas, eu já perdi as contas das vezes que fui rejeitado, acho que larguei de mão.

- Escuta, você não precisa de outra pessoa pra ser feliz, não precisa que outra pessoa te aceite pra você poder se aceitar, seja o suficiente para si mesmo, antes de tentar ser algo para os outros, se não você vai se consumir por inteiro, e vai ficar apenas seu "eu" que tem a necessidade de agradar seu amor - ele olhava agora diretamente no rosto de Forever, analisando sua feição e principais traços.

- Eu não preciso de mais ninguém além de mim? Isso é ridículo, ninguém que é sozinho é feliz - O de cabelos longos aparentava estar confuso.

- Viemos ao mundo sozinhos e vamos morrer sós também, um caixão não tem dois lugares por um motivo, a melhor companhia que poderíamos ter é a nossa própria, com o tempo você se acostuma com a solidão.

- Você é só?

- Sou - o moreno solta um suspiro, que faz vapor sair por sua boca - perdi todos ao meu redor a algum tempo, sou amigo de todos, porém eles sempre te alguém mais especial que eu, então, virei personagem secundário da vida de todos, eu já me acostumei.

- Eu sinto muito - o loiro olha novamente através de seus olhos, de uma forma mais intensa dessa vez, ele realmente... o entende? - Eu consigo entender oque sente, mas, eu não entendo como você lida com isso tão fácil? Todos ao meu redor tem seus amados, acharam alguém que os entende por completo, que não precisam de palavras pra explicar seus sentimentos, mas... por que eu não tenho essa sorte?

- Algumas pessoas nasceram pra ser só, outras só não acharam quem como você disse, "as entendessem", a graça da vida é continuar tentando ou se acostumar com sua própria companhia.

- E se eu nunca achar ninguém? Eu não gosto de ficar sozinho - aquela conversa estava o embriagando com sentimentos que nem a bebida tinha forças, seus pensamentos estavam a mil, ele já não tinha controle por suas palavras.

Ninguém gosta de ficar sozinho, de verdade, mas, você não vai ficar sozinho pra sempre, você é bonito - o mais velho o joga um sorriso tímido.

E ele é retribuído de volta.

- Você também é bonito.

O moreno então estende sua mão, pegando na mão do loiro que estava na calçada; a mão do mais novo é gelada e um pouco áspera, mas é a última coisa que ele pensa enquanto sente um peso entre seu ombro e curvatura do pescoço.

- Obrigada - diz o loiro quase que imperceptível.

O moreno apenas respondendo em aprovação com um pequeno suspiro.

O tempo passa porém as carícias simples continuam, Max agora está abraçado a Forever, eles trocam uma conversa pacata, ambos muito cansados, aproveitando a companhia apenas um do outro.

Em meio a risos singelos e trocas de olhares, o loiro expõem algo quase sem querer enquanto se desvencilha do abraço do de óculos.

- Você foi a melhor coisa que aconteceu hoje.

Uma conexão quase magnética acontece ali, aquela frase contempla oque os dois sentiam por terem se conhecido, será então que Max estava certo quando falava que o amor acontece quando os dois indivíduos se entendem?

Eles se aproximam de uma forma lenta, nunca perdendo o contato visual, eles se aproximam o suficiente para compartilharem a respiração, Forever coloca suas mãos para trás da cabeça do moreno, brincando com fios de cabelo soltos de seu coque, e quase sem nem perceber, eles juntam seus lábios em um beijo calmo e delicado, seus lábios parecem ter esperado especialmente um pelo outro, eles se completam de uma forma tão confortável e indescritível, e em alguns instantes o beijo se separa, e Forever se afasta do mais velho.

- Se tivermos que ser sozinhos, podemos ser sozinhos juntos?

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Notas da autora:

Boa noite meus queridos, tô postando esse aqui pq ele me deu muita vontade de escrever desde o casamento do guapoduo, mas não sabia se era shipp oficial ou não, acredito que dei uma boa melhorada na escrita desse pro do guapoduo (que aliás vai ter continuação).