Era inevitável estar ao redor tanta gente e estar sozinha, mas por um momento na minha vida não queria dar tanta importância a algo tão pequeno e tão íntimo. Mas, para o momento atual, tão inoportuno. Mika e eu resolvemos tirar o dia de folga já que, nosso ciclo havia se fechado e só restava apenas uma coisa: exercer nossa profissão com maestria, ou seja, hora de comemorarmos.
A música alta fazia com que meu corpo remexesse automaticamente, sem o menor esforço. O ritmo era ribombante e agitada. Não havia melodrama familiar, não havia cobranças, não havia nada além... da música. Era do que estava precisando naquele exato momento, junto a minha melhor amiga que já estava enterrando sua língua em uma boca qualquer. Custei-me a rir e dá-la um pouco de espaço, afinal não nasci para segurar a vela de ninguém. Fui requebrando até o bar, onde um barman me ofereceu mais uma bebida, sorri desajeitada e agradeci mentalmente.
Havíamos terminado um ciclo gigantescos em nossas vidas, pessoas passavam por mim enquanto dançanvam e gritavam, era louco e ao mesmo tempo, inebriante. Era mergulhar em uma mar cheio de emoções surpresas onde a alegria te envolve em uma bolha consumida por calor efervescente. Era estranhamente gostoso ser livre por um dia. Longe da pressão dos meus pais para que eu me casasse com o filho da família Simonns, um filhinho de papai egocêntrico e arrogante, não teve nem a decência de me conhecer antes de toda essa merda. Uma menina que aparentava ter quase a minha idade sorriu e acenou para mim, retribui o gesto animadamente para uma desconhecida e comecei a rir.
Só não achei que o próximo passo que daria dali em diante poderia mudar toda uma história. Poderia mudar minha vida por completo, alheia ao desespero do futuro não me atentei aos sinais do perigo que me sondava. Estava ali, parada com uma gargalhada que não tinha fim e nem lembrava porque começara, Mika estava em algum lugar, mas não a achava. Estava completamente bêbada. Minhas pernas não tiveram forças para se manter e jurava que alguém poderia estar me segurando. Uma mão firme e forte, segurou-me, sustentando facilmente meu peso. Não era uma mão qualquer, era a mão de alguém que eu não reconhecia nem o cheiro de seu perfume.
— Cadê a Mika? — sussurrei com minha voz fraca e embolada que misturou-se as batidas frenéticas da música alta.
Quando está mesma mão ergueu-me com um pequeno solanvanco, dei de cara com um peitoral duro feito pedra. Alisei minha testa, e reconheci o fato de estar perdendo o senso de responsabilidade e moralidade, meu pai me daria uma bronca sobre isso. Mas, do que importava agora? Olhei para o poste parado a minha frente, observando-me como se eu fosse uma presa fácil de se abater, eu não o conhecia e precisava urgentemente sair dali. Tentei dar um passo para trás e buscar a saída, mas a mesma mão segurou-me puxando para si. Estava tonta.
— Calma princesinha, vamos brincar um pouco. — algo na voz deste homem causou-me arrepios horripilantes pela minha espinha e meus pelos da nuca se eriçarem.
Mas eu estava fora de mim e fraca demais para pedir ajuda. O homem me puxava calmamente na direção que eu não deveria tomar. Onde Mika estava? Sem conseguir-me manter de pé, o homem carregou-me no colo até seu carro e senti pela primeira vez aquele perfume, o que havia sentido em meus sonhos, o que me trazia alento. O cheiro era almiscarado e rústico, misturava-se ao sabão em líquido de um banho recém-tomado, estava no paraíso? Fui colocada com delicadeza sobre um banco macio e uma voz aveludada falando algo comigo e então dormi profundamente bem.
Sonhei com aquele cheiro delicioso outra vez, eu estava em uma sala escura, sozinha. Mas o cheiro estava lá, acalmando-me os ânimos, relaxando os músculos como se entoasse uma música delirante em minha cabeça. Uma mão estendida a minha frente, mas não vi o rosto desse homem, apenas ouvia uma respiração profunda e um perfume que era divino.
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Na Proteção Do Mafioso
Storie d'amoreSinopse: Classificação:+18 Esse livro contém cenas de sexo explícito, palavras de baixo calão e violência. Proibido para menores de 18 anos. Quando a vida lhe dá uma rasteira tudo que você pensa é em desistir, correto? Mas se a vida lhe provasse que...