CAPÍTULO 4 - Equivalente.

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499 palavras.

Jinn estava sobre o selo e Naim só precisava ativá-lo e dar tudo de si para dominar o gênio. No entanto, relutou ao pensar que a magia poderia afetar seu filho.

-- Pare! -- gritou o gênio. -- Pare! Longe de mim enganar crianças!

O garoto pisou firme um passo à frente, estendendo a mão que parecia estar vazia.

-- Então eu desejo que... -- ele respirou fundo antes de dizer, neste meio tempo, a pequena chama dada pelo elfo quase se esvaiu. -- Leve todo meu amor, em troca do que foi levado de meu pai!

-- Uma barganha... -- o gênio gargalhou. -- Eu adoro barganhas!

-- Filho! -- Naim gritou, caindo ao chão, a chama estava se apagando e ele iria junto dela.

O gênio estava estridente, apontou a palma da mão para Naim e as raízes da peônia se acenderam e desgrudaram do corpo, deixando a flor sair. Ela se formou como um desenho na mão do gênio, que atirou-a contra o peito do menino.

A imensa dor da flor penetrar o coração quase o desmaiou. Ela enraizava lentamente pelo corpo, enquanto o gênio absorvia todo seu amor.

O último sopro da pequena chama correu cerrando os pequenos vazos deixados pelas raízes da flor em Naim, e o amor recebido pode aquecer o corpo frio.

Naim se esticou e bateu contra o selo.

-- Se o mundo te rejeita, Jinn, deve voltar para seu lar!

O círculo se acendeu, e luzes vazaram para o alto como uma jaula entorno do gênio.

-- Eu tenho todo o poder para mim, Naim! -- esbravejou o gênio, com uma voz de trovão. E todos foram lançados para longe. -- Eu sou o ser mais poderoso do mundo agora!!

Jinn desapareceu da mesma forma que surgiu, e todo o barulho fez com que os pais de Naim adentrassem o quarto e os acudissem.

Naim passou dias, semanas, trancado em seus aposentos, sobre os braços de sua amada esposa, a preço de quê.

Seu filho não possuía qualquer emoção ou sentimento, e governaria um reino igual, numa tênue linha entre miserável pobreza e glorioso progresso.

Como tudo seria se não tivesse desejado?

A antiga guerra retorna. Todo seu remorço e ódio é alimentado pelas lembranças dos desejos, crescendo sua sede de vingança, a qual ele tenta miseravelmente saciar durante as batalhas.

Martirizando-se sobre que, mesmo conseguindo de volta o amor, era falho e odioso. Que seu desejo não foi apagado, apenas substituido. E a familia que tentou proteger através de desejos, fora amaldiçoada pelos mesmos.

Tomado pela melancolia, seus pensamentos o alertavam constantemente sobre seu passado, como se estivesse acorrentado à ele num ciclo torturante onde os desejos estavam prestes a acontecerem.

Em seus sonhos, Jinn repetia a mesma frase: "Alerto que se arrependerá". E despertando de seus pesadelos, sempre lembrava que as consequências de sua caminhada seriam menores do que o preço pago pelo desejo.

Naim venceu a guerra para seu reino, mas não a sua própria guerra. Desejos foram amarrados em sua garganta como um nó, para que não retornassem.

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Eu Desejo: Uma guerra entre amor e dever suprimida pelo sacrifício.Onde histórias criam vida. Descubra agora