The Silver Envelope

Capítulo 24: Uma Mensagem para o Sr. Malfoy

Abaixando a cabeça tanto que seu queixo quase descansou na alça de seu Firebolt, Draco cortou as árvores. A sensação de picada de galhos chicoteando era familiar e aterrando para ele.

Ele alcançou a borda do lago e se inclinou de lado para se curvar em torno dele, escovando a superfície gelada e ondulante da água com as pontas dos dedos enquanto a balançava. Um bando de patos próximos buzinou e saiu de seu caminho, assustado com sua velocidade vertiginosa. Uma vez que ele chegou ao outro lado da água alastrando, ele parou, quase perpendicular ao chão, enquanto se atirou para cima como um fogo de artifício. Não havia nuvens para se esconder hoje, e a luz solar brilhante que estava brilhando na neve derretida no chão parecia quase quente em suas pálpebras enquanto ele as fechava, respirando fundo o ar esguindo como ele fazia.

Ele amava este lugar, embora ir a uma cordilheira remota no norte da Europa não fosse algo que ele tivesse tempo de fazer com frequência. Normalmente, ele voava apenas à noite, mascarado por um encanto de desilusão. A melhor parte desta área era que era completamente inacessível aos trouxas, exceto por aquelas coisas estranhas de lâminas voadoras em que eles montavam, e que eram facilmente evitáveis. Ele podia voar à luz do dia, sem ser perturbado, pelo tempo que quisesse.

O vento rugindo e a velocidade punitiva acalmaram seus pensamentos conturbados como nenhuma poção ou cataplasma no mundo. Voar se tornou seu santuário nos últimos anos, algo que ele fez quando havia muita coisa em mente. E a julgar pelo lento endurecimento de seu físico naquela época, ele constantemente tinha muito em mente.

Esta semana tinha sido pior do que o normal. Gritando os dentes ao pensar no que, ou melhor, quem, estava consumindo todos os seus pensamentos acordados recentemente, ele agarrou a alça de sua vassoura e disparou pelo ar com uma velocidade incontável. Ele se empurrou cada vez mais rápido, arremessando o vento como uma bala como se colocasse milhas entre si e seus amargos arrependimentos.

Ele tinha cruzado a linha com Hermione. Ele só queria empurrá-la um pouco, provocá-la em uma admissão de seus desejos. Draco pensou estupidamente que manter as mãos longe dela seria suficiente para que ela soubesse que ele estava seguro, que não importava como ele brincasse com ela, era ela quem definia os termos, que detinha o controle.

Ela o odiava. Ele tinha certeza disso. Draco se viu consumida por auto-aversão desde que ela se afastou dele na biblioteca, mantendo-se a vários passos de distância dele até desaparecer sem nem um adeus. Então, quando ele a chamou para tentar fazer as pazes, ele se viu sem palavras. Todas as noites, ele se sentava ao lado do telefone, perfurando o número dela e excluindo-o, repetidamente até memorizar os movimentos de seus dedos mais do que os dígitos reais. Mas ele não teve coragem de pressionar aquele botão final que conectaria a chamada. A voz dela, e a dor e a raiva abaixo dela, foi o pior tipo de tortura.

Quando ele voltou ao solo rochoso, ele sabia que todos os músculos de seu corpo estariam doloridos. Ele teria que se banhar na essência do murtlap só para poder se mudar amanhã.

Bom.

Apesar de seu equipamento voador de inverno, suas orelhas, nariz e dedos estavam praticamente congelados. Mergulhando seu Firebolt em seu corpo, ele deu um último suspiro do glorioso ar da montanha antes de torcer e desaparecer com uma rachadura.

Ele abriu a porta de seu apartamento para encontrar Ignoma arrumando.

"Dete essas botas na porta, Sr. Malfoy. Ignoma não está interessada em limpar pegadas enlameadas de seu chão limpo!" o elfo rangeu.

Draco revirou os olhos e chutou as botas, vagamente divertido com o fato de que seu elfo doméstico estava lhe dando ordens. Ele se acostumou com isso há muito tempo, mas pequenas coisas assim ainda chamaram sua atenção, como pequenos lembretes de como sua vida tinha sido diferente do que ele imaginava quando era criança.