The Silver Envelope

Capítulo 70: Epílogo

Seis Meses Depois

Cada vez mais hoje em dia, Draco estava tendo o que ele chamava de Momentos Blink.

Eles geralmente vinham em momentos estranhos e despretensiantes. Derramando uma xícara de chá. Chegando aos pés para ajudar Hermione a encontrar o livro que ela precisava na biblioteca deles. Gemendo sobre a camada de pele laranja que se recusou a desaparecer de sua roupa preta por muito tempo. High-fiving Ginny depois de uma jogada particularmente boa em campo. B brigando com Ignoma sobre o quanto ele realmente precisava comer (três refeições por dia pareciam excessivas, especialmente dada a quantidade de comida que ela sempre fazia).

E do nada, isso o atingiria. Ele piscava, olhava em volta, resistia ao desejo de se beliscar. Porque essa não poderia ser a vida dele. Sua vida deveria ser fria e formal, onde poder, excelência e sangue puro eram o que importava. Seu lábio deveria estar enrolado em uma esnora permanente, seu nariz preso em uma posição amassada e enojada. Ele deveria participar de festas, assuntos abafados hospedados por idiotas ricos que só se importavam com o prestígio de sua família, não com o próprio Draco. Ele deveria ter uma esposa que ele meio que odiava e filhos que ele punia com dor e solidão e decepção cortante.

Esses Momentos Blink, não foram de surpresa, não exatamente. Draco esteve presente o tempo todo, consciente e com visão de futuro. Ele não poderia se surpreender que as escolhas que ele fez, que sempre foram em um esforço para criar uma boa vida para si mesmo, realmente resultaram em uma boa vida. Mas ainda assim, às vezes ele teve essas experiências breves e fora do corpo. Porque seu eu mais jovem, o garoto que achava que sua única opção na vida era se tornar exatamente como seu pai, ainda estava dentro dele e muitas vezes ficava atordoado ao ver o homem que ele se tornou.

Pegue hoje, por exemplo, quando ele entrou no elevador do Ministério, sorriu enquanto pressionava o botão para o Nível Quatro e respirou fundo e firme, segurando a alça de sua pasta.

Hoje não deveria estar acontecendo. Draco, de dezesseis anos, não teria sido capaz de conceber um dia como este. E mesmo que Draco estivesse se preparando para isso há muito tempo, estivesse trabalhando, estudando e construindo hoje tijolo por tijolo, ele ainda estava surpreso que ele realmente tivesse vindo.

O jovem Draco em sua mente estava com medo. Com medo de que não fosse real, que ele acordasse um dia e tudo desaparecesse, e sua vida voltasse ao que deveria ser. Que talvez, se ele piscasse, tudo desapareceria. Então, para testar, ele faria exatamente isso. Pisque e espere a realidade esmagá-lo.

Draco piscou. Nada aconteceu.

As portas do elevador se abriram e ele desceu pelo corredor familiar até o escritório de Hermione. Educando suas feições em algo menos tolamente vertiginoso, Draco bateu na porta dela.

"Sim?" veio sua resposta abafada.

Em vez de falar, ele apontou sua varinha para o chão, conjurando silenciosamente algumas variedades de suas flores favoritas para crescer através da abertura sob a porta. Havia um sorriso em sua voz quando ela falou pela próxima vez.

"Entre, Draco."

Abrindo a porta e pisando nas flores, ele entrou no escritório dela.

Draco se perguntou se a visão dela, quase obscureizada pelas altas pilhas de pergaminho em sua mesa, as sobrancelhas franzidas enquanto seus olhos piscavam para frente e para trás sobre o que quer que ela estivesse lendo, envelheceria. Ele duvidou. Draco nunca se considerou uma pessoa particularmente paciente, mas esperar que ela olhasse para cima de seu trabalho não foi difícil para ele. Observá-la nunca foi chato.

Descaradamente, ele olhou para ela, tomando nota de sua blusa elegante e pressionada e das manchas de tinta em seus dedos. Seu cabelo aparentemente começou a incomodá-la, quando ela o empilhava em um nó crespo em cima de sua cabeça, varinha presa no meio para segurá-lo no lugar. Algumas bobinas safadas escaparam de sua prisão, no entanto, caindo sobre o rosto dela e saltando um pouco quando ela moveu a cabeça. Draco reprimiu o desejo de estender a mão e emaranhar os dedos neles.