The Silver Envelope

Capítulo 40: Teorias

"O que está acontecendo? Ela está bem? Você encontrou mais alguma coisa no apartamento dela?"

As perguntas explodiram de Ron como se uma barragem tivesse quebrado o segundo Harry atravessou a porta de Grimmauld Place no final da tarde.

As esperanças de Harry por um chá agradável e tranquilo e algum tempo para pensar de repente se dissolveram como ouro de duende. Ginny estaria fora no treino até tarde da noite, então ele planejava pedir a Kreacher para fazer um pouco daquela deliciosa sopa de alho-poró que ele tinha feito na semana passada e se acomodar na cama cedo.

"Ela está bem, Ron", Harry suspirou, tirando o casaco com movimentos pesados. "Você estava me esperando aqui? Ginny nem está em casa."

"Eu disse a Marietta para assumir a loja para mim hoje", disse Ron com uma careta. "Eu não posso trabalhar quando estou assim. Eu só afasto as pessoas."

De fato, Harry tinha experimentado isso em primeira mão. Depois que Hermione deixou Ron, seu temperamento ruim levou mais de uma criança a chorar em sua loja. George disse a ele para se irritar e só voltar depois de se recompor.

Harry fez uma linha direta para a cozinha, Ron seguindo de perto em seus calcanhares. Um pedaço de pão fresco estava esfriando na bancada da cozinha. Com gratidão, Harry rasou um pedaço grosso para si mesmo e vasculhou um pouco de manteiga.

"Ela vai voltar para a casa de Malfoy hoje à noite?" Ron perguntou amargamente.

"Acho que sim", disse Harry, evitando olhar para seu amigo.

Ron estava inconsolável desde que Hermione foi ficar com Malfoy. Ele estava convencido de que Malfoy estava de alguma forma por trás dos ataques contra Hermione e não podia deixá-lo ir.

Por sua vez, Harry não tinha certeza do que pensar. Eles não encontraram nenhuma conexão entre Malfoy e os ataques contra Hermione—mas isso não significava que eles não existissem. Parecia um pouco conveniente demais que o momento em que Hermione cortou o contato com Malfoy foi exatamente na mesma época em que Johanna lançou seu show para atacá-la. E esse negócio com o elfo desaparecido de Malfoy—Ron tinha razão sobre isso. Hermione não seria capaz de resistir a ajudá-lo a encontrar seu elfo. Talvez tenha sido tudo um ardil para levá-la de volta à influência dele. Em sua casa, mesmo.

Ele não podia tomar as decisões de Hermione por ela. Se ela quisesse ficar com Malfoy, ele tinha que respeitar essa escolha. Mas isso não significava que ele tivesse que gostar.

Tudo o que ele podia fazer era assistir e investigar. Ele não mentiu para Hermione quando disse que sua equipe estava investigando todas as fontes possíveis para as ameaças contra ela. Obviamente, isso incluiu Malfoy.

Ginny disse que Malfoy estava se apaixonando por Hermione. Embora a ideia tenha parecido absurda para Harry no início, ele tinha visto em primeira mão a intensidade de Malfoy ao seu redor. Esta manhã, quando ele foi buscar Hermione, Malfoy tinha sido - não havia outra maneira de expressá-lo - obsessivo sobre ela. Ele a observou a cada pequeno movimento, mudando quando ela o fez, antecipando suas necessidades. Foi meio assustador, na opinião de Harry. Até o próprio pai de Malfoy conseguiu entender a paixão de seu filho por ela—e ele estava trancado dentro de uma prisão de segurança máxima em uma ilha a quilômetros de distância.

Harry nunca, não em um milhão de anos, admitiria isso a Ron... mas Hermione era tão ruim quanto Malfoy. Sua consciência constante dele era óbvia em seu rosto e em sua linguagem corporal. Sempre foi assim, com ela. Mesmo na escola, ela se tensou em torno de Malfoy, ignorando-o propositadamente e evitando seus olhos toda vez que ele estava por perto. Ele pensou que era apenas devido ao bullying de Malfoy, mas agora, anos depois, ela estava exatamente do mesmo jeito com ele. A única coisa que mudou foi que Harry percebeu que o comportamento de Hermione não veio do medo. Pelo menos, não completamente. Pela maneira como ela corava toda vez que Malfoy olhava para ela, o medo parecia ser apenas uma pequena parte de como ela se sentia por ele.