Alecrim do Norte

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Ernesto estava há alguns dias no hospital. A causa foi um acidente de trabalho. A criminalidade da cidade não era muito alta, mas quando acontecia algo era bem pesado. E como consequência, o amigo de Alicia estava de recuperação e passaria alguns dias comendo a comida do hospital, que tanto reclamava.

Quando Alicia foi visitá-lo pela primeira vez, a cirurgia havia acabado de terminar e ele estava desacordado. Um parceiro policial estava na sala de espera, e Alicia se dispôs a ficar ali para que ele fosse contatar a mãe de Ernesto. Em menos de meia hora a senhora atravessou a porta às pressas e ficou ali até que pudesse ser autorizada a entrar na sala. Ela estava bem nervosa. Os três estavam.

Alicia revezou com a mãe de seu amigo. Apesar de ter ficado há poucos passos da morte, Ernesto parecia tão brincalhão e alegre quanto antes. As piadas e o humor, extremamente, quebrado que era habitual do homem permanecia inabalável. Ao menos era assim que ele ficava quando toda vez que ela estava ali.

Uma coisa que normalmente era o motivo para o drama do rapaz era o fato de que ninguém lhe enviara flores. Alicia prometeu que levaria algumas para acalentar o amigo. Pouco tempo depois de Ernesto sair do hospital, um buquê de Alecrins do Norte chegou na sua casa. Não foi difícil descobrir quem as enviou já que em uma das visitas ao hospital o próprio Ernesto já havia dito:

"Vossa presença me reanima. "

A Linguagem das FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora