– Então você brigou com o Macau de novo? O que foi dessa vez? Não, não! Melhor, deixa eu tentar adivinhar... - Arm tocou o queixo, fingindo uma expressão pensativa. – Ele reclamou do Kim? - Revirou os olhos pela história repetida de sempre.
Normalmente, Kim era o motivo pelo qual Macau agia como um idiota com o seu amigo.
– Foi isso. - Porchay desviou o olhar, constrangido.
Não era o seu objetivo trazer aquele assunto à tona, mas ele vinha, eventualmente. Com mais frequência do que desejava. Digamos que Macau era um pouquinho... Inseguro.
– E é por isso que ele está te ligando de novo e de novo. - Afirmou, assistindo Porchay dispensar mais uma ligação naquela noite.
– Uhm. - Suspirou, com os olhos presos no celular em suas mãos. – Acho que ele está preocupado mas, sinceramente? Não quero falar com ele. - Tomou um gole da bebida, deixando o gosto amargo do álcool queimar sua garganta, mas aquilo era o de menos.
– Preocupação? - Franziu o cenho, em estranhamento e tomou o celular das mãos de Porchay, vendo as notificações pela barra. – Vinte ligações e mais de setenta mensagens. Acha mesmo que isso é normal? - Arqueou as sobrancelhas para o amigo à sua frente.
Arm tinha suas próprias conclusões em relação a Macau e nenhuma delas era positiva. Temia que algo de ruim pudesse acontecer caso Porchay continuasse ao lado dele.
– Talvez ele esteja preocupado demais? - Indagou, mas soou incerto, pois nem ele mesmo acreditava no que dizia.
– O Kim se preocupa com você, mas nem por isso ele age assim. - Rebateu, assistindo a expressão de Porchay acender-se de imediato.
– Assim? Assim como? - Desviou o olhar, tentando conter suas emoções eufóricas. Era impossível, no entanto. Tudo ligado a Kim mexia com ele. E ouvir Arm falar de forma tão convicta, deixava-o aquecido por dentro.
– Assim, como o Macau, excessivamente ciumento. - Explicou. - Ele quer saber onde você está a todo momento. Pol não age assim comigo. Ele se preocupa, mas tudo tem limite, não concorda? Como você consegue respirar? - Fez careta, devolvendo o celular de Porchay.
– Ok, digamos que você tenha razão. - Exprimiu, desconfiado. – Às vezes o Macau me assusta um pouco. - Confessou para o amigo, num tom tão baixo, que quase se escondeu por baixo da música alta que tocava.
– Por que você ainda sai com esse cara? Você nem gosta dele! - Arm parecia indignado, enquanto Porchay apenas se encolhia na própria cadeira.
Volta e meia, sentia-se culpado por usar Macau daquela forma. Sabendo que não sentia nada por ele, nem mesmo alguma atração sexual. Mas de vez em quando, Porchay precisava de um consolo. Não era certo e nem justo, o fazia se sentir mal, por isso evitava pensar sobre.
– Mas ele gosta de mim. - Respondeu baixinho, mas seu tom era de incerteza.
– Pois esse jeito dele de gostar é muito estranho. - Disse, ainda inconformado.
– Vamos mudar de assunto, tá? Eu vim aqui para esquecê-lo, não falar sobre ele. - Suspirou, quando a frustração pareceu mais amarga que a bebida que tomou.
– Certo, vamos parar de falar do Macau. - Concordou, mesmo estando contrariado. – Mas me promete que você vai pensar nisso, por favor? - Tocou nas mãos de Porchay por cima da mesa, mostrando-lhe todo o seu carinho e compreensão.
– Tudo bem. - Sorriu para Arm.
– Aí vem os garotos. - Arm avisou, mais animado ao ver Pol e Kim se aproximarem. – Finalmente voltaram!
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Friends To Some Extent × KimChay
Fanfictionconcluída | mini-fic | friends to lovers Se apaixonar é complicado. Mas se apaixonar pelo seu melhor amigo de infância é mais complicado ainda. Enquanto Porchay se aventurava num romance sem sentido para tentar se esquecer de seus sentimentos pelo...