|contexto: onde obanai nota as cicatrizes recentes de [nome], Au moderna
|pronomes: ela/dela
|nota: tô zerada de pedidos, tamo no zero no vermelho cabo a verba artística me deixaram na mãotô lisa kkkkkk
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Sangue.
Era só isso que ela estava enxergando com as vistas turvas e marejadas.
Passando a mão vez após vez nos cortes abertos seu peito parecia que sairia de seu corpo pela boca, o ranger da porta a deixou alerta enquanto braços fortes e esguios a levantavam com tamanha delicadeza.
— Você 'tá bem? - ele resmungou sabendo a resposta, ele estava nervoso era perceptível
Sua boca se mexia mas nenhuma palavra ou som saiam, apenas soluços sem fim, um sentimento que era impossível de ser fisicamente explicado, apenas sentido no fundo da alma. Obanai não perdeu tempo e logo tratou dos primeiros socorros, ela tampouco se opôs afinal, mal tinhas forças pra se manter de pé.
— Toma. - ele resmungou com um copo de água na mão e uma gaze na outra — bebe um pouco. - sua voz saiu mais baixa enquanto a via beber o líquido com certa dificuldade
— Obrigada.. - ela murmurou sem forças o vendo retomar o trabalho médico — Você deve estar me achando uma fraca.
— Nem um pouco. - ele a cortou rápido enquanto coçava as próprias cicatrizes — Foi uma crise e você acabou voltando a isso, acontece em todo processo de melhora tá? - explicou voltando a agarrar as mãos delas que estavam geladas pelo frio — Não se sinta culpada por isso, é só a sua mente tentando te enganar.. aliás olhe pra mim. - ele resmungou chamando a atenção dela para o seu rosto — Eu tenho essas cicatrizes feias no rosto e isso não impediu de você se casar comigo.
— Mas é diferente.. - ela murmura acariciando o local — Essas são de um acidente, as minhas foram causadas por mim mesma, me punindo pelo que eu fiz.. - e baixou o rosto sentindo o aperto voltar no mesmo instante
Rodeando seus braços nervosamente ao corpo dela, obanai a ninou como uma criança amedrontada, beijando ternamente sua testa.
— Já disse que é só a sua mente tentando te culpar por algo que você não tinha controle. - explicou com carinho sem soltá-la um minuto sequer — E você não está sozinha, nem é um fardo ou algo do tipo, você é amada, válida e especial a sua própria maneira. - e terminou com um sorriso que raramente dava, apesar de ser meio estoico, obanai entendia o momento de ser abrir e ser maleável como os sentimentos — Recaídas acontecem é natural, não somos perfeitos. Mas você não pode deixar que um momento ruim pare com toda sua jornada, eu estou aqui quando você sentir que não existe uma saída dessa escuridão aí dentro entendeu? - resmungou com seu dedo indicador pousado sobre a testa dela
Num instante tudo parecia claro, era como se aqueles olhos heterocromados ligassem uma chave dentro de si mesma a fazendo compreender tudo, num beijo delicado sobre as cicatrizes dele ela sorriu de maneira gentil.
— Você tem razão. - ela respondeu o deixando mais aliviado e a apertando em seus braços mostrando todo o seu amor.
Recaídas viriam mas ela sabia que com ele ao seu lado ela conseguiria se reerguer quantas vezes fossem necessárias.
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|confesso que lacrimei um pouco escrevendo isso, mas faz parte do processo
