Feliz Aniversário, meu amor

1 2 0
                                    

Eu segurava o buque nas minhas mãos de forma natural, mas era difícil porque minhas mãos suavam tanto que eu parecia um daqueles meninos tentando conquistar uma garota pela primeira, sem perceber que na verdade eu já tinha a conquistado.

Hannah saiu do ônibus e quando me viu correu rapidamente em minha direção e segurou meu rosto com as duas mãos, me deu um beijo e eu a abracei e lhe desejei um feliz aniversário. Fomos caminhando juntos para dentro do colégio com ela segurando o buque e minha mão e parecíamos o casal perfeito.

Quando o último sinal tocou eu estava na aula de Geometria e corri o mais rápido que pude até a sala da Hannah e ela estava lá de costas juntando seus materiais para ir embora. Apareci atrás dela lhe dando um abraço e ela se virou, me beijou e eu a ajudei a arrumar suas coisas e caminhamos juntos para fora da escola até o ônibus, nos sentamos novamente nos fundos e começamos a nos beijar como loucos, como se a única coisa que eu precisasse fosse ela e ela só precisasse de mim. Sem perceber comecei a tocar em seus peitos e ela me afastou dando um riso e eu apenas sorri sem entender.

- Estamos no ônibus – ela disse baixinho.

- Relaxa, ninguém está vendo – eu disse e a puxei para perto de mim e voltei a beijá-la, mas agora sem a parte da mão boba e ela pareceu me agradecer porque me beijou com mais vontade.

Eu sabia que essa hora um dia chegaria, que nossos hormônios estariam a flor da pele que não aguentaríamos, mas principalmente eu que estava entrando em uma fase que tudo é base de sexo. Conversamos sobre isso no telefone no mesmo dia e ela me disse que quando estivesse pronta faríamos e eu não pude deixar de sorrir pelo telefone.

Infelizmente tudo que parecia mil maravilhas começou a se desmoronar quando seu pai começou a me mandar mensagem para que ficasse longe da filha dele e me bloqueou no celular dela em todas as redes sociais. Esperei ela no outro dia na escola para conversar sobre isso, mas ela não apareceu e fiquei com medo de que alguma coisa tivesse acontecido. Decidi ir até sua casa naquele dia e escalei a sua janela da melhor forma que consegui e sem fazer nenhum barulho e a encontrei sentada na sua escrivaninha fazendo alguma coisa, bati na janela duas vezes de forma baixa e ela olhou para trás e sorriu ao me ver, mas seu sorriso logo murchou enquanto ela caminhava até a janela e a abriu.

- Oi – eu disse.

- Oi.

Quando eu percebi que ela não falaria mais nada e parecia muito triste, eu apenas a abracei e disse que ficaríamos bem e que de um jeito ou de um outro daríamos um jeito de nos ver. Ela apenas balançou a cabeça e afundou ainda mais sua cabeça no meu ombro e eu senti uma tristeza enorme no meu coração.

Demos um beijo de despedida e eu disse a ela para me encontrar todos os dias depois da escola antes do pôr do sol no lado leste do píer de Santa Mônica, ela acenou com a cabeça concordando e eu fui embora pensando que as nossas vidas seriam apenas isso agora.   

EastsideOnde histórias criam vida. Descubra agora