_Mônica, anda logo, a gente vai perder o voo.
_Calma Edu, por favor.
_Eu estou calmo, estressado você vai me ver se a gente perder esse voo.
_Perai... Perai... Estou pronta.
_Vamos.
Entramos no táxi, que já estava a nossa espera, e nos dirigimos para o aeroporto.
Eu e Eduardo decidimos, depois de pensar bastante, viajarmos para Minas mesmo. 1º por que eu sempre quis ir naquele lugar e 2° por que estamos quebrados. A tia do Eduardo é um amor e nos cedeu a casa por uma semana, tempo suficiente pra eu voltar grávida pra Brasília. Mas isso não vai acontecer.
_Ta preparada pra ficar uma semana comigo?
_Eu já fico.
_Eu to falando uma semana só eu e você, numa casa, sozinhos, entendeu?
_Eu tenho que ir me acostumando né. Se nós formos casar eu tenho que ficar com você pra sempre.
_Sim, mas se a gente for casar nós vamos ter filhos e não vamos ficar sozinhos numa casa.
_Amor, sim, eu estou preparada.
_Ótimo.
Quinze minutos depois estávamos na porta do aeroporto, tirando nossas malas do carro e pagando o taxista.
_Eu to nervosa.
_Por que?
_Não gosto de aviões.
_Eu estou aqui pra te proteger.
_Se o avião cair não vai sobrar nem um dedo seu.
_Credo.
_Eu sou realista, você queria o que?
_Que fosse um pouco mais positiva.
_Ok, o avião vai cair no mar, e vai dar tempo de todos se salvarem.
_Mônica.
_Desculpe.
2 horas depois tínhamos conseguido embarcar e estávamos a caminho de Minas Gerais, numa fazenda próxima a Belo Horizonte.
Fui o caminho todo explicando pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água, o mar, esse tipo de coisa que eu aprendia com meus livros, ele ficava só escutando, tentando pegar cada detalhe do que eu falava. E é isso que eu mais amo nele, a atenção que ele me dá, como se cada coisa que eu dissesse, era uma coisa nova que ele aprendia, e eu estava amando ser a professora dele.
Chegamos em BH por volta das 2 da tarde e pegamos um táxi até a fazenda. Eu fiquei surpresa com o tamanho daquele lugar,a casa era bem simples, típico de fazenda, 4 quartos, 2 banheiros, uma sala grande com TV e sofás antigos, uma cozinha enorme com fogão a lenha e uma mesa com lugar pra 10 pessoas, as janelas e portas eram bem antigas, enormes, de cor azul. Tinha aquele cheirinho de mato, com um toque especial do barulho das cigarras, o que me fez relaxar na hora.
Pegamos o quarto principal, com uma cama de casal enorme, de madeira, um guarda roupa de 6 portas bem pesadas e uma pequena penteadeira, bem cuidada, que me lembrava a minha avó. O quarto tinha um banheiro, o que era bom pois o outro banheiro da casa ficava fora dela.
Fomos dar uma volta pelo lugar com um dos empregados, conheci o curral, os cavalos, o tanque com os peixes, as vaquinhas, e um pequeno rio que passava por ali. Fiquei impressionada com a quantidade de galinhas e quase tropecei em uma que passava com seus pintinhos.
Andamos mais um pouco conhecendo as plantações, até que pisei em uma coisa estranha, escorregadia, olhei pra baixo e quase eu tive um ataque cardíaco. Uma cobra.
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Eduardo e Mônica -completo-
Romance"Quem um dia irá dizer que Existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão?" E se Eduardo não tivesse levantado aquela manhã? E se Mônica tivesse continuado com seu copo de conhaque? E se não tivessem ido à "festa...